O Papa Bento XVI encerrou neste domingo (28) o Ano Paulino e revelou que restos que estão na Basílica de São Paulo Extramuros, em Roma, pertencem ao Apóstolo dos Gentios.
Diante de milhares de fiéis e representantes do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, reunidos na basílica dedicada ao apóstolo Paulo, o papa informou que recentemente uma sonda foi inserida no sarcófago que se conserva sob o altar maior local.
A sonda revelou a existência, no interior do sarcófago, de um precioso tecido de linho de cor púrpura laminado em ouro puro e outro de cor azul com fios de linho, assim como de grãos de incenso vermelho e substâncias protéicas e calcárias.
Também foram encontrados pequenos fragmentos ósseos, que foram submetidos a exames por "especialistas que desconheciam de onde provinham, e que deram como resultado pertencer a uma pessoa que viveu entre o primeiro e o segundo século", acrescentou o papa.
"Tudo parece confirmar a unânime e incontrastável tradição de que se tratam dos restos mortais do apóstolo Paulo, o que nos enche de profunda emoção", afirmou o pontífice.
Bento XVI, que dedicou este Ano Paulino às celebrações pelos 2 mil anos de nascimento de São Paulo, lembrou os vários escritos de Paulo de Tarso, entre eles as Cartas aos Romanos, nas quais fala do "homem novo".
O papa disse que o homem velho é aquele cujo pensamento só está no ter, no possuir, no bem-estar, na influência, na fama, "tudo muito limitado".
O "homem novo" deve ser, ainda de acordo com o papa, um homem renovado, valente, com uma fé adulta, "comprometido com a inviolabilidade da vida humana desde o momento da concepção, opondo-se ao princípio da violência, especialmente sobre os seres humanos mais desarmados".
"Faz parte da fé adulta reconhecer o casamento entre um homem e uma mulher para toda a vida, como ordenamento de Deus e algo restabelecido por Cristo", acrescentou o bispo de Roma, que acrescentou que o "homem novo" não se deixa arrastar por qualquer corrente" nem pelos "ventos da moda".
Bento XVI defendeu a verdade e disse que o poder do mal "é a mentira", e que o poder da fé, o poder de Deus, "é a verdade".
O pontífice encerrou o Ano Paulino um dia antes da lembrança oficial no Vaticano de São Pedro e São Paulo, os patronos da Igreja Católica.