Mãe de jovem atropelada lamenta sobre caso parado: “vida acabou”

Glaucia Copia cobra Instituto de Criminalística: “Não resolvem o caso”

Mãe de jovem atropelada lamenta sobre caso parado: "vida acabou" | Angélica Goudinho/Arquivo Pessoal
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A mãe de Ana Carolina Copia Teixeira, de 21 anos, ainda não se conforma com a morte da filha, que completou um ano na terça-feira (1). A jovem foi atropelada em 23 de outubro do ano passado, em Santos, no litoral de São Paulo, e o motorista do veículo não prestou socorro à vítima, que faleceu uma semana depois devido a uma parada cardíaca.

Glaucia Copia está indignada com a demora na emissão do laudo do Instituto de Criminalística (IC), em São Paulo, necessário para que o inquérito seja concluído. De acordo com ela, o documento é o que falta para que o motorista seja indiciado. ?Até agora, nada aconteceu. A polícia está agindo depressa, o advogado (Eugênio Malavasi) tem sido excepcional, mas lá em cima, no Instituto de Criminalística, parou. Não resolvem o caso. O laudo de uma perícia feita em 5 de fevereiro, há oito meses, não está pronto. Isso me deixa indignada. Se ela fosse filha de um político, o caso já teria sido solucionado e o cara já estaria respondendo na Justiça?, dispara.

Um ano após a morte de Ana Carolina, Glaucia admite: não está fácil viver sem a filha. Segundo ela, foi preciso até mudar de apartamento após a perda. ?Eu não vivo. Vou levando um dia atrás do outro, não sei como cheguei nesse um ano. Para mim, a vida acabou. A Carol era a única filha, a única pessoa que tinha no mundo?, lamenta.

Até a saúde ficou debilitada em razão do que ocorreu, conforme a mãe da vítima. ?Tive desmaio, fui socorrida, as pessoas acharam que eu estava tendo um AVC. Depois dos exames, o médico falou que eu estava tendo crise de stress pós-traumático, por conta de tudo. Eu me segurei, mas, uma hora o organismo grita?, explica.

Glaucia, por fim, agradece ao apoio recebido dos próprios familiares e dos amigos de Ana Carolina, que fizeram uma campanha, por uma rede social, para angariar doadores de sangue no período em que ela esteve internada na Santa Casa de Santos. Segundo a instituição, o número de doadores direcionados a uma única pessoa foi o maior dos últimos cinco anos. ?Foram de suma importância. Se não fosse pelos amigos dela e meus familiares, creio que não teria tido forças para segurar essa barra. Acho que teria feito uma besteira?, conclui.

Namorado clama por justiça e diz: ?Não sou mais eu?

Namorado da vítima na ocasião do atropelamento, o protético Giovanni Ferrante não esconde o abatimento com o ocorrido, mesmo um ano depois. ?Eu não sou mais eu. Faz um ano que não sou mais o Giovanni que todos conheciam. Mas sei que tenho que lutar. Estou começando a voltar minha vida, voltei a trabalhar... Mas acho que nunca mais serei quem eu era?, diz Giovanni, que também é professor de surfe.

Segundo Giovanni, o casal estava em vias de se juntar de vez. ?A gente ia se casar. Era nosso pensamento. Sempre conversávamos sobre isso. Era questão de tempo?, afirma, garantindo ter as melhores recordações do período que namorou Ana Carolina. ?A Carol foi tudo para mim, ensinou muita coisa. Nunca fez mal para ninguém, nunca quis passar ninguém para trás. Sempre viveu da melhor maneira possível. De todas as pessoas que já conheci, é quem mais me deu orgulho na vida?, conta.

Giovanni acompanhou, emocionado, a missa de um ano da morte da namorada, realizada na terça-feira, em um canto da igreja da Pompeia, em Santos. ?O mais difícil é entender que a justiça do Brasil é falha, demorada, e mesmo com tantas provas, o acusado pode ser inocentado. Ela (Ana Carolina) não volta mais. A gente que está aqui sofre, mas um conforto que terei é ele (motorista) ser condenado. Se isso não acontecer, ficarei muito triste e decepcionado com todos os envolvidos?, conclui.

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