Paraguai autoriza extradição do traficante Marcelo Piloto

Piloto é condenado a 26 anos de prisão no Brasil.

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A Justiça do Paraguai autorizou a extradição de Marcelo Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, para o Brasil. A decisão, assinada nesta sexta-feira pela juíza Alicia Pedrozo, foi tomada após seguidas tentativas de fuga do chefão do Comando Vermelho. A vinda de Piloto ao Brasil, entretanto, não será imediata. De acordo com a decisão, o traficante só poderá ser extraditado após a conclusão de dois processos que existem contra ele no Paraguai, um por homicídio e outro por falsificação de documentos. Piloto é condenado a 26 anos de prisão no Brasil.

Marcelo Piloto foi preso no dia 13 de dezembro do ano passado, na cidade de Encarnación, no Paraguai, durante uma operação integrada da Secretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) do Rio em conjunto com a representação da Polícia Federal do Brasil naquele país e órgãos policiais do Paraguai. Três dias depois da prisão, a Seseg pediu a extradição do traficante e a inclusão de seu nome no alerta vermelho da Organização Internacional de Polícia Criminal, a Interpol.

Na extensa ficha criminal de Marcelo Piloto constam crimes de homicídio, tráfico e associação para o tráfico, latricínio e roubos. De acordo com a Seseg, o criminoso estava escondido há anos no Paraguai, de onde enviava armas, drogas e munições para abastecer favelas cariocas dominadas pelo Comando Vermelho.

Tentativas de fuga

Desde dezembro do ano passado, quando Marcelo Piloto foi preso, policiais do Brasil e do Paraguai frustraram pelo menos seis tentativas de libertação do traficante. A mais recente foi desarticulada na semana passada, quando três supostos integrantes do Comando Vermelho que planejavam resgatar o traficante foram mortos em uma operação em um sítio na cidade de Presidente Franco, a 300 quilômetros a Leste de Assunção, na chamada Tríplice Fronteira entre Paraguai, Brasil e Argentina.

A polícia encontrou, no sítio, um carro com 84 quilos de dinamite em gel. As autoridades daquele país decidiram detonar todo o explosivo. Na ocasião também foram apreendidas diversas armas, incluindo dois fuzis: um AK-47 e uma AR-15.

De acordo com autoridades do Paraguai, a operação foi um desdobramento da prisão, no começo de outubro, de cinco pessoas que pretendiam libertar Marcelo Piloto. Na operação, policiais descobriram um plano que envolveria de 15 a 20 homens fortemente armados com explosivos na invasão da Agrupación Especializada (onde piloto está preso). O resgate aconteceria no fim de semana de eleições no Brasil.

Em maio, veio à tona um plano que o traficante teria traçado para evitar sua extradição para o Brasil. O esquema consistia em assumir à Justiça paraguaia crimes cometidos naquele país, de modo que ele seja julgado e pudesse continuar preso lá.

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