Uma penitenciária em Campina Grande, na Paraíba, será a primeira do Brasil a ter um campus universitário em suas dependências para que os presos estudem.
O campus da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba) será inaugurado no dia 20, mas as aulas devem começar só no ano que vem.
Um desafio será encontrar alunos: apenas 13 dos 769 presos condenados cursaram o ensino médio e podem entrar em uma graduação.
A ideia é aproveitar este semestre para que eles concluam o ensino médio em um supletivo oferecido no local. Só então poderão fazer o Enem, teste que será usado como forma de seleção para a universidade. O campus pode atender a 80 alunos.
Durante o período, será feita uma pesquisa com os presos para definir quais cursos eles gostariam de cursar. Até lá, os presidiários poderão fazer cursos de extensão.
O campus ficará em um prédio separado, longe das celas. Tem oito salas de aula, um auditório e um escritório modelo para estagiários de direito. As instalações já existiam e foram adaptadas.
Segundo a coordenadora do campus, Aparecida Carneiro, a ideia foi bem recebida pelos docentes. "A adesão será voluntária, mas não há nenhum receio sobre segurança por parte deles."
Ainda não foi definido se os dias de estudos contarão para a redução da pena, como acontece com dias trabalhados. A medida é discutida entre a Secretaria de Administração Penitenciária e o Tribunal de Justiça.