Parque Floresta Fóssil terá museu de Ciências Naturais em Teresina

A implantação do museu está em fase da captação de recursos

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Teresina pode ter um Museu de Ciências Naturais dentro do Parque Floresta Fóssil. Esta é uma ideia compartilhada por integrantes da Rede Pense Piauí, que reúne ambientalistas, instituições e outros membros da sociedade civil organizada. Com projeto executivo já elaborado pela prefeitura, a implantação do museu está em fase da captação de recursos.

No último sábado (03), em reunião realizada pela Rede, a prefeitura apresentou projeto executivo de intervenções no Parque Floresta Fóssil. O projeto foi elaborado a partir do plano de manejo elaborado pelo IPHAN, para tornar o parque útil para a cidade.

“O parque tem fósseis petrificados em posição de vida e a ideia é que eles sejam preservados. Eles têm mais de 250 milhões de anos e a intenção é que ao mesmo tempo que a gente proteja, permita a visitação no Museu de Paleontologia”, explica Constance Jacob, secretária executiva de Planejamento Urbano da Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação (SEMPLAN).

O projeto contempla passarelas de visitação, centro de apoio ao visitante, iluminação, trilhas, píers, sinalização turística, calçadões, equipamentos de mobilidade para pessoas com deficiência e a criação do museu paleontológico, tão esperado pela comunidade científica e acadêmica. “O projeto executivo está finalizado, com todos os seus projetos complementares, e irá agora para a fase de captação de recursos”, explicou Constance Jacob.

O IPHAN passou a fazer parte do Parque Floresta Fóssil em 2008, a partir de um processo de tombamento. Desde então, uma fiscal realiza a cada mês um monitoramento do local.

“Zelamos para que a Floresta Fóssil seja preservada. O IPHAN participa ativamente de todas as decisões relacionadas a ela”, disse Fábio Ferreira, Superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

O Parque Floresta Fóssil está contemplado no Plano Diretor de Turismo de Teresina e o projeto executivo das intervenções inclui o manejo integrado das unidades de conservação dos dois lados do Rio Poti. De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Aluísio Sampaio, com a união de todos os órgãos, se torna maior a possibilidade de construção do museu.

“Não adianta querer realizar algo de forma isolada. A secretaria precisa do planejamento da prefeitura, da participação da Universidade Federal do Piauí para identificar todas estas riquezas e de todos os outros integrantes da Rede Pense Piauí”, disse o secretário ao frisar que o segundo passo será a criação de um conselho gestor envolvendo todos os participantes. “Vamos formalizar o grupo e dar continuidade para chegarmos a algo concreto”, completou.

Museu fará PI despontar com megafauna

Para o ambientalista Alcide Filho, com as intervenções no Parque Floresta Fóssil, o Piauí despontará como um dos estados com maior riqueza de fauna pré-histórica. Segundo ele, estudos geológicos do passado realizados no Piauí revelaram que por ser um estado com a geologia sedimentar, as ocorrências de fósseis, tanto vegetais, quanto animais, têm uma perspectiva.

“Eu poderia dizer que o Piauí é uma espécie de grande parque, não apenas de dinossauros, mas também de megafauna, de árvores fossilizadas em estado raro de posição vertical, como a que ocorre no parque floresta fóssil, com vestígios de 270 milhões de anos”, comenta Alcide Filho ao ressaltar que não há, em nenhum outro lugar do planeta terra, uma ocorrência de tamanha densidade de troncos fossilizados em uma área que se está há dez minutos de um aeroporto.

Esta ocorrência em Teresina contribui para amplificação das informações científicas, atração de estudiosos e pesquisadores e também a instalação de um museu dinâmico. “Com essa intervenção, o Parque deve atrair até 1 milhão de turistas por ano”, acrescenta o ambientalista.

O Parque Municipal Floresta Fóssil foi criado em 1993. É um sítio paleontológico localizado nas margens do Rio Poti, na área urbana de Teresina, Piauí, com troncos fósseis do período Permiano. Para o paleontólogo responsável pelo Laboratório de Paleontologia da Ufpi, professor Juan Carlos Cisneros, a floresta petrificada traz informações importantes não apenas sobre a história do Piauí, mas de toda a Terra. “Essa floresta é mais antiga que os dinossauros e possui muitos vestígios de plantas e animais. É muito valiosa, porque possui troncos fossilizados na vertical que são únicos no Brasil e muito raros no mundo inteiro.

Luzardo Soares, Procurador do Trabalho, afirma que faltam apenas decisões políticas para que o projeto do museu seja executado. “Todos têm que dar apoio para que possamos desenvolver esse grande patrimônio, isso é um ato de cidadania. Teresina é uma área de grande oferta de serviço em saúde e educação, e o turismo fica de lado, os valores arqueológicos e humanos também ficam de lado. Temos que explorar os registros históricos que temos aqui e que são patrimônio da humanidade”, disse.

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