Parte das cidades piauienses ainda mantém dependência em relação à capital.

Teresina é referência para muitos municípios e capitais.

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Mesmo emancipadas, parte das cidades piauienses ainda mantém dependência em relação à capital. Teresina, que é referência para muitos outros municípios e capitais, quando falamos em saúde pública, educação de qualidade, comércio intenso, variedades, entre outras áreas, ainda recebe, diariamente, milhares de pessoas dos 13 municípios do Piauí que compõem a chamada Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina ou região metropolitana de Teresina.

A Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina foi instituída pelo Decreto Federal de número 4.367, de 9 de setembro de 2002. Pelo Decreto, essa região abrange os municípios piauienses de Altos, Beneditinos, Coivaras, Curralinhos, Demerval Lobão, José de Freitas, Lagoa Alegre, Lagoa do Piauí, Miguel Leão, Monsenhor Gil, Teresina e União, além do município maranhense de Timon, que se encontra na margem esquerda do rio Parnaíba, defronte à capital. Esses municípios ocupam uma área de 10.527 km², na qual vivem 1.135.920 habitantes, segundo o Censo 2007, do IBGE, representando 37% da população do Estado do Piauí.

Para o presidente da Associação Piauiense de Municípios (APPM), o prefeito de Bocaina, Francisco Macêdo, não apenas os municípios próximos a Teresina, mas todo o Estado ainda é bastante dependente da capital. Segundo ele, é como se uma espécie de ?cordão umbilical? ligasse Teresina às demais cidades, até por causa da localização da saúde e da educação que abrange maiores e melhores áreas, que dão melhores resultados.

?Eu defendo a tese de que qualquer município que saia de outro, como por exemplo, Nazária, que se desmembrou de Teresina, deva, de fato, cortar o "cordão umbilical" com aquele outro município ao que, antes, era ligado. Mas entendo as limitações de cada cidade e percebemos que ainda não é possível poder viver totalmente independente da ?cidade-mãe?, que é Teresina?, destaca.

Para o cobrador Eduardo Alves, que trabalha em uma empresa de ônibus intermunicipal, que faz linha Altos a Teresina, três vezes ao dia, a maior parte das pessoas que viajam diariamente com destino à capital são para fins educativos.

?A maioria deles vem para Teresina para estudar. Por causa dessa rotina, as empresas de ônibus até organizam um horário organizado, para que todas as pessoas das cidades vizinhas possam ter acesso dentro de seus horários, ao trabalho, aos estudos. Por exemplo, temos ônibus saindo de Altos às 6h, para quem vai estudar pela manhã em Teresina; e voltando da capital, às 13h30 e às 18h, para quem volta para casa, depois do trabalho, dos estudos?, conta. (F.M.)

SAÚDE

De acordo com o presidente do Sindicato dos Hospitais e Clínicas Particulares de Teresina, o médico Antônio Dib Tajra, o Pólo de Saúde da capital piauiense tem uma grande influência, em cerca de cinco milhões de habitantes, de diversos estados.

?Nas clínicas e hospitais de Teresina, podemos dizer que a maioria dos pacientes, dos usuários do sistema de saúde de Teresina, são pessoas oriundas de cidades vizinhas a Teresina, e demais cidades e estados?, afirma. (F.M.)

MOVIMENTAÇÃO NA ECONOMIA

Os vendedores ambulantes Marcos Nonato e José Luís de França têm depoimentos parecidos, quando abordados pela reportagem do Jornal Meio Norte, sobre a comercialização de seus produtos, em relação às pessoas que todos os dias chegam e saem de Teresina, oriundas de outras cidades.

Para Marcos, os horários de 7h, 12h e 17h são os melhores para a venda. ?É nesses horários que consigo vender todos os salgados e sucos que vendo aqui, há mais de um ano?, destaca Marcos, que mantém uma barraca vendendo alimento, na Avenida Maranhão, próximo ao ponto onde grande parte das pessoas de outras cidades desembarca.

?Aqui é comum gente de Altos, José de Freitas, Campo Maior e União chegarem para fazer compras, porque já fica próximo às lojas do Centro. Pela manhã cedo é mais comum e nesse horário que vendemos mais?, disse.

Na banca do vendedor José Luís também não falta clientes. ?Muita gente de fora. É comum demais?, frisa. O vendedor ambulante comercializa bombons e bebidas, além de vales transporte, há 10 anos, sempre no mesmo ponto: em frente ao Sindicato das Empresas de Ônibus de Teresina (SETUT). (F.M.)

EDUCAÇÃO

Rafael Pires estuda em Teresina há quatro anos, cursando, atualmente, o ensino médio em uma escola particular, no Centro. Mas, um ?porém? em sua rotina merece destaque: todos os dias o jovem, de 18 anos, vem de União para a capital, e retorna logo após a aula.

?Na cidade temos opção de escolas, não somente pública, mas particular também. Mas, tanto eu, como meus pais, admitimos que o nível de educação oferecido pelas escolas ainda é maior na capital. Nem somente por isso, mas por causa do acesso a outros quesitos: bibliotecas, livrarias, comércio, esportes?, enfatiza.

O jovem não esconde que pretende prestar vestibular para Teresina mesmo e, de vez, morar na cidade. ?É aqui que tenho que ficar, se quiser encontrar mais oportunidades de crescimento, o que ainda não vejo, por exemplo, em União?, finaliza. (F.M.)

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