A Páscoa Cristã é uma das festividades mais importantes para o cristianismo, pois representa a ressurreição de Jesus Cristo, o filho de Deus. Dentro do cristianismo, diferentes religiões e denominações celebram a Páscoa de maneira diferente.
Para os cristãos, a Páscoa simboliza a ressurreição de Cristo três dias após a sua morte na cruz e por isso é considerada um fundamento da fé cristã. Porém, muitos vêem a Páscoa como uma esperança viva dada por Deus aos homens e essa esperança está sempre envolvida por muitos símbolos como a cruz, pão e vinho, e o cordeiro, que pelo sacrifício da cruz venceu a morte, vive e reina para nunca mais morrer.
O vigário geral da Arquidiocese de Teresina, padre Tony Batista, ressaltou que a Páscoa é a festa da liberdade e da libertação, primeiro foi instituída para celebrar a libertação do cativeiro do Egito, em que o povo chega a Terra Prometida e Deus pede que todos os anos se celebre a Páscoa para lembrar o cativeiro e viver a liberdade.
"A Páscoa é a celebração da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, significa para nós que Cristo não permaneceu crucificado, nem permaneceu no coração da terra na sua sepultura. Ele vive, Ele reina, porque Ele ressuscitou. O gramado não criou raízes na sepultura de Jesus Cristo, Ele está vivo como nunca, então para nós é o ponto alto da nossa fé. Não existe uma festa mais significativa e mais importante do que a Páscoa, porque é a vitória do bem sobre o mal, é a vitória da vida sobre a morte”, esclareceu.
Segundo o sacerdote, a Páscoa também ensina que os fiéis precisam enfrentar a dor, a dificuldade, porque a última palavra é vida. "Agora mesmo nós estamos atravessando essa fase tão triste do coronavírus, todos nós estamos com medo, mas nós sabemos que Jesus Cristo vai na frente e segura o leme do nosso barco, por isso Páscoa não é derrota, é vida e vitória”, acrescentou.
Em meio à pandemia, igreja lembra amor de Deus
Ainda de acordo com Padre Tony Batista a Igreja Católica atravessa o período da Páscoa este ano em meio pandemia mundial do coronavírus com tristeza, por não poder celebrar a maior festa do calendário cristão ao lado dos mais de 1 bilhão de católicos ao redor do mundo de forma presencial, devido a recomendação de distanciamento social para impedir a disseminação do vírus e consequentemente a suspensão dos eventos com aglomerações como procissões, vias sacras, reuniões e atos religiosos tradicionais da Semana Santa.
"Não é fácil para mim celebrar em uma igreja imensa, completamente vazia, fria e deserta. É muito duro estar longe do povo, não sentir o calor e o abraço da nossa gente. Você imagina para o Papa Francisco ficar sozinho na Praça de São Pedro, mas isso faz parte da nossa caminhada, não existe ressurreição sem efusão de sangue. Nós estamos crucificados com Jesus Cristo, é o preço da cruz, mas nós temos certeza que isso passa, nós vamos abraçar o nosso povo, vamos celebrar a Páscoa porque o Cordeiro está vivo", destacou.
O vigário deixa ainda uma mensagem de esperança, frisando que é preciso passar por esse momento com serenidade. “Precisamos manter a alegria interior, mesmo nas nossas gaiolas devido ao distanciamento social. Vamos manter o equilíbrio, a serenidade e o bom humor, porque tudo passa e só o amor de Deus permanece", pontuou.
Evangélicos lembram sacrifício, morte e ressurreição de Cristo
Pastor Marcos Sergio, da Igreja Filadélfia Internacional, no bairro Piçarra, na zona Sul de Teresina, lembra que a Páscoa é uma festa judaica e começa em Êxodo 12. Para o judeu, a Páscoa tinha três símbolos: o pão sem fermento, que simbolizava a nova mensagem, as ervas amargas, que simbolizam o sofrimento do povo de Deus saindo do Egito para a Terra Prometida e o cordeiro que apontava para o sacrifício de Cristo.
"Essa festa judaica é uma das mais famosas e importantes do calendário judaico. A palavra Páscoa no hebraico é Pessach e significa passagem. Já para nós, cristãos evangélicos, a Páscoa significa o sacrifício de Cristo na cruz, sua morte e sua ressurreição. Isso é a Páscoa, ou seja, através do seu sacrifício, da sua morte e da sua ressurreição, Ele nos trouxe uma nova vida, ele nos tirou da escravidão do pecado e nos transportou para liberdade em Cristo Jesus”, declarou.
O pastor frisa ainda que a Igreja Evangélica comemora Jesus sendo o cordeiro porque na Bíblia, o livro de João traz no capítulo 1, versículo 29 diz: "Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”. "Para nós, cristãos evangélicos, a Páscoa tem símbolos diferentes dos católicos. Para nós, não tem coelho, não tem ovo e nem Semana Santa. A Páscoa fala de passagem, fala de sacrifício, morte e ressurreição de Cristo na cruz em prol da humanidade", pontuou. (W.B.)
Umbanda: período pascal leva a comunhão e reflexão
Para os umbandistas, religião afro-brasileira que sintetiza vários elementos das religiões africanas e cristãs, o tempo pascal assim como para os católicos é celebrada a ressurreição de Jesus Cristo, assim como o renascimento humano, para Deus, com mais consciência e mais respeito. Segundo Pai Bruno de Ogum, sacerdote da tenda espírita de Umbanda São Jorge guerreiro - Cabana Nego Gerson, em Teresina, a Páscoa é um momento de comunhão, de alegria e reflexão do renascimento da fé e crescimento espiritual.
"Nós somos umbandistas, mas também somos cristãos, nós acreditamos em Deus, acreditamos em Cristo como nosso Salvador, então a Páscoa é ressurreição do nosso salvador, é todo ato de sacrifício que ocorreu ser lembrado com gratidão, é a gente ver nosso senhor Jesus Cristo, nosso pai Oxalá ressuscitado, nos trazendo novas esperanças, reforçando a nossa fé e nosso amor para com Deus e o próximo", disse.
Pai Bruno de Ogum ressalta que o Domingo de Páscoa vem para trazer esperança. "Na Umbanda, a Páscoa é esperança, é renascimento, é crescimento, é consciência, é realimentar nossa fé perante ao nosso sagrado hoje, amanhã e sempre", finaliza. (W.B.)