Segundo especialistas, os 216 passageiros do Airbus A330 da Air France possivelmente não sabiam que a aeronave estava prestes a cair no oceano Atlântico. A tragédia ocorreu durante o trajeto Rio-Paris, em 2009, e causou a morte de todos os ocupantes.
O jornal Folha de S. Paulo conversou com pilotos, um especialista em medicina aeroespacial, um engenheiro que atua com certificação de aeronaves e com Jean-Paul Troadec, diretor do BEA, o órgão francês responsável pela apuração do acidente.
Eles relacionam fatores que indicam que os passageiros podem ter sofrido um fenômeno chamado de "desorientação espacial". Quando isso ocorre, a pessoa não sabe para qual direção está indo. Assim, os passageiros podiam ter a sensação de que o Airbus estava subindo, quando na verdade caía.
Quase dois anos após a queda do avião que fazia o voo 447, entre o dia 31 de maio e 1º de junho de 2009, o BEA divulgou os primeiros dados registrados nas caixas-pretas.
O relatório aponta que o avião caiu por 3 minutos e 22 segundos antes de tocar a superfície do oceano a uma velocidade de cerca de 200 km/h.
O BEA indicou também que os pilotos viram duas velocidades diferentes nos controles durante menos de um minuto, e que uma delas indicava uma queda acentuada de potência do motor.
Segundo o BEA, o relatório descreve "de maneira factual a sequência dos acontecimentos que levaram ao acidente". As primeiras análises definitivas serão apresentadas somente no fim de julho. "Só depois de um trabalho longo e minucioso de investigação é que as causas do acidente serão determinadas e as recomendações de segurança serão emitidas, o que é a principal missão do BEA", informou o órgão.