Após causar polêmica em foto divulgada na internet, onde "cheira uma Bíblia" em um convite para um culto de jovens na Igreja Missão Evangélica Praia da Costa, em Vila Velha, no Espírito Santo, o pastor Lúcio Barreto, o Lucinho da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, afirmou que o objetivo foi justamente chocar. Em entrevista, antes do culto "Quarta Louca por Jesus", ele não se intimidou em repetir o ato, defendido como uma das muitas "loucuras por Jesus" já realizadas por ele.
"Desrespeito é não ler a Bíblia. É não crer nela. Desrespeitar a Bíblia é se dizer cristão em época de eleição e não dar exemplo após ser eleito", afirma o pastor Lucinho, que trabalha com jovens há mais de 20 anos. Segundo ele, a foto foi tirada há um ano, com várias outras em que ele simula comer a Bíblia ou usá-la como arma, para divulgação.
Lucinho explica que o objetivo da imagem não é atingir os religiosos, mas sim quem precisa. "Vivemos a epidemia do crack, das drogas. Cada vez mais cedo, os jovens e adolescentes de todas as classes estão tendo suas vidas perdidas. Imagino que chegar para um jovem e dizer "Deus te ama, vá para a igreja" não adianta. Mas posso chocar o cara e dizer para ele que há algo muito melhor para colocar para dentro e encher a cabeça", diz.
Para o pastor, o objetivo está sendo cumprido, uma vez que vários jovens o procuram por curiosidade ou vontade própria e mudam de vida. "Meu desejo é que as pessoas venham conhecer a Deus com o mesmo ímpeto que o usuário vai para a cocaína, com a mesma vontade. Não imaginei que fosse ter essa repercussão, mas quando vi a proporção na internet, achei engraçado. Porque já fiz coisas muito mais radicais", diz ele. "Eu leio a Bíblia todo dia. Já passei 30 dias caminhando com a Bíblia 24 horas sem largar. Já pedi para confeccionar uma Bíblia comestível e comi as páginas durante uma pregação", conta.
Muitas pessoas compareceram no culto "Quarta Louca por Jesus", nesta quarta. Crianças e jovens comentavam sobre a polêmica da foto. O analista Estevão Abreu disse que trouxe convidados que ficaram curiosos e foram ouvir e conhecer de perto o pastor Lucinho.
A publicitária Isabela Pahins defendeu o objetivo do pastor ."Fiquei surpresa com a repercussão, não imaginava essa dimensão. Mas as pessoas são livres para achar o que quiserem. Para mim, passa a imagem de alguém louco por Cristo", disse.
O monitor Ivan Demoner também defende o pastor. "Você vê mais gente preocupada em criticar que fazer o que o Evangelho manda. São fariseus modernos", opina. "A gente conhece o pastor Lucinho, ele prega aqui há três anos, todas as semanas. Vemos a vida dele com Deus e quantas vidas que são transformadas", afirma.