O Paxlovid, medicamento contra a Covid-19 fabricado pela Pfizer, começou a ser disponibilizado de forma gratuita no Centro de Saúde Lineu Araújo (CISLA), da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina, Piauí. O remédio, que requer receita médica, já é comercializado na rede privada de farmácias no Brasil com preços que podem chegar a R$ 4 mil reais.
Em entrevista para o programa Notícias da Boa, apresentado pela jornalista Cinthia Lages, o médico infectologista Dr. José Noronha explicou que o Paxlovid é voltado para o tratamento da Covid-19 em adultos que não requerem oxigênio suplementar e que apresentam risco aumentado de agravamento da doença, como pessoas idosas ou imunossuprimidas.
“O Paxlovid é uma associação de antivirais, são drogas para suprimir a replicação viral. O medicamento é indicado para os pacientes que apresentam Covid leve ou moderada e que está em isolamento domiciliar. O paciente que está precisando de oxigênio e está em internação hospitalar, ele não deve usar essa medicação”, explicou o médico.
Além da disponibilidade no Sistema Único de Saúde (SUS), a venda em farmácias deve ser feita sob prescrição médica, com dispensação e orientação pelo farmacêutico ao paciente sobre o uso correto do medicamento.
“É importante o paciente estar atento aos sintomas e diagnóstico da Covid-19 porque o Paxlovid é uma medicação que só pode ser prescrita em até 5 dias de sintomas. É necessário fazer uma avaliação de um infectologista porque essa combinação de antirretrovirais tem muita interação medicamentosa, ou seja, medicamentos não podem ser tomados em conjunto com essa medicação porque correm risco de eventos mais graves.
Segundo José Noronha, o uso do medicamento, como acontece com qualquer outro, pode causar efeitos colaterais e não é recomendado em doentes com insuficiência renal grave ou insuficiência hepática grave.
“O uso do Paxlovid deve ser monitorado por médicos e infectologistas assistentes. É uma medicação que também tem efeitos colaterais como dor no corpo e alteração do paladar. Pacientes com insuficiência renal grave não podem fazer o uso dessa medicação, então, há muitas minúcias, especificidades que devem ser avaliadas por um médico infectologista antes de prescrever a medicação”, relatou.
O médico José Noronha orienta que mesmo com a disponibilidade de um medicamento que pode reduzir em seis vezes o risco de morte de pacientes com a Covid, a vacinação continua sendo a principal forma de prevenir e evitar complicações pela doença.
"A gente não pode cair na falsa sensação de segurança. Estamos vendo o aumento de casos em vários países, como na China e no Japão. Hoje, a vacinação não é apenas considerada não e apenas duas doses, o indivíduo que tem indicação de reforço, de terceira e quarta dose, precisa tomar para aumentar essa proteção. Eventualmente, teremos a liberação de quinta dose e a população precisa se proteger", falou.