Os vendedores informais que trabalham no cruzamento da Rua São Pedro e a Avenida 19 de Novembro, no polo de saúde de Teresina, seguem sem um local apropriado para desenvolverem suas atividades.
Diante do problema, o intenso fluxo de pedestres que transitam diariamente na via tem que disputar espaço com os ambulantes para não serem atropelados, já que as calçadas e as esquinas são ocupadas pelos comerciantes.
Orlene Visgueira, há cinco meses, vende roupas na região do polo de saúde e afirma que, apesar de a localização proporcionar aos ambulantes um índice alto de clientes, é desconfortável trabalhar na rua.
“Não temos banheiro, não temos como proteger nossas mercadorias caso caia uma chuva. As vendas são boas, mas não podemos negar que é ruim ficar aqui”, disse a vendedora de vestidos.
Se para os vendedores o local é inapropriado, os clientes não possuem uma opinião muito diferente. A consumidora Maria do Amparo relata que tem medo de comprar os produtos vendidos na rua por receio de ser atropelada.
“Toda hora passa carro e moto aqui. O espaço é muito apertado e não tem como a gente ficar na pista, porque os veículos passam quase triscando na gente”, conta a compradora.
O comerciante informal Cleyton Sousa admite que a atividade atrapalha os pedestres, mas que eles só podem se mudar para outro local após o governo e a Prefeitura de Teresina entrarem em um consenso para que seja construído um espaço adequado para os vendedores.
“Os terrenos que seriam disponibilizados para nós pertencem ao governo e a prefeitura diz que está aguardando uma atitude do governador para atender nossa reivindicação”, explica.
Olavo Braz, secretário municipal de Economia Solidária, em entrevista ao Jornal Meio Norte, disse que a secretaria está ciente do problema e que, inclusive, a prefeitura tem projeto orçado em R$ 300 mil para construir o novo espaço.
“O impasse se dá porque os terrenos onde esse novo prédio será feito são do governo. O local usado seria uma área ociosa do Memorial Zumbi dos Palmares e um terreno da Agespisa.
O governador Wilson Martins chegou assinar um termo de cessão do espaço, que venceu recentemente e agora compete ao governador Wellington Dias ceder o terreno para a prefeitura”, justificou Olavo Braz.
A reportagem tentou buscar esclarecimentos acerca do problema com o governo do Estado, mas até o fechamento dessa matéria não houve retorno.