A escola de samba Pérola Negra afirmou nesta quinta-feira (23) que o incêndio que destruiu uma de suas alegorias na confusão de terça (21) é prejuízo para a escola, apesar do fato de que o carro não será mais usado em desfiles. Segundo Jairo Roizen, membro da diretoria da escola, a Pérola mantinha conversas com a própria Prefeitura de Itanhaém, cidade que foi tema do samba-enredo, para vender as esculturas presentes na alegoria.
Outra opção, afirma Jairo, seria vender as esculturas para escolas menores do interior de São Paulo. É um procedimento adotado pelas escolas de samba todos os anos para se livrar material que não será utilizado novamente.
"Queremos que a Gaviões faça o ressarcimento ou que a Liga faça isso. A intenção real é que todos sejam punidos. Por enquanto, a única escola que está sendo punida é a Pérola Negra, que está sendo rebaixada sem que as notas de dois jurados tenham sido lidas e ainda teve um carro incendiado."
O diretor incluiu entre os prejuízos o imaterial. ?A escola se dedicou à construção desses carros o ano inteiro. Há um prejuízo sentimental vendo essa destruição. É uma obra de arte do nosso carnavalesco?, afirmou.
Imagens feitas pela emissora Rede TV mostraram pessoas com camisetas pretas e que acompanham a torcida da Gaviões da Fiel atirando objetos em direção ao carro alegórico. O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, do Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), investiga o caso. A Gaviões, no entanto, nega ter começado o incêndio.
Na quarta-feira (20), o presidente da Pérola, Edilson Casal, compareceu à sede da Gaviões da Fiel no Bom Retiro, na região central de São Paulo. Segundo o advogado que representa a Gaviões, Davi Gebara Neto, o presidente Antonio Alan ficará em casa descansando até segunda-feira. Gebara Neto afirmou tudo está sendo apurado e que a escola pretede convocar uma coletiva nos próximos dias. Segundo o diretor da Pérola Jairo Roizen conversas estão sendo mantidas entre as duas diretorias para tentar resolver o imbróglio.