Um juiz peruano anulou nesta quarta-feira um perdão presidencial concedido ao ex-líder autoritário Alberto Fujimori no ano passado e determinou que ele retorne imediatamente à prisão.
Fujimori, de 80 anos, tinha sido absolvido de suas condenações por abusos de direitos humanos pelo ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski na véspera do Natal, três dias após Kuczynski escapar por uma pequena margem de um votação de impeachment com a ajuda de apoiadores de Fujimori.
Câmeras de televisões aguardavam do lado de fora da casa em Lima onde Fujimori vive desde que se tornou um homem livre, após cumprir menos da metade de uma sentença de 25 anos por comandar esquadrões da morte que massacraram civis sob seu governo de direita entre os anos de 1990 e 2000.
O advogado de Fujimori e sua filha, a líder oposicionista Keiko Fujimori, disseram que Fujimori recorrerá da decisão.
Na ocasião do perdão, Kuczynski citou a saúde frágil de Fujimori, dizendo que ele não queria que um ex-presidente morresse na prisão.
Mas o perdão foi amplamente visto como parte de um acordo político, e familiares de vítimas executadas pelos esquadrões da morte argumentaram que ele havia sido concedido ilegalmente.
"Isso reestabelece o direito de justiça dos familiares das vítimas", disse Carlos Rivera, advogado de familiares das vítimas.
Kuczynski, que completou 80 anos na quarta-feira, renunciou devido a um escândalo de corrupção em março e agora está sendo investigado por promotores públicos em conexão com o perdão de Fujimori.
Alejandro Aguinaga, médico de Fujimori, disse à televisão local Canal N que Fujimori estava em casa, mas não podia se mover em função de um problema cardíaco.