Menos da metade, ou seja, 48% das famílias de Teresina, relatou possuir dívidas no comércio. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor de Teresina (PEIC), que analisa dívidas com cartão de crédito, carnês de lojas, crédito consignado, cheques pré, cheques especiais, financiamento de casa e carro.
Realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em parceria com a Fecomércio-PI, a pesquisa divulgada em dezembro de 2018 constatou a diminuição de inadimplentes comparado ao mês de novembro do mesmo ano, com percentual de 46,3%. Houve também uma variação de 8,22 com relação ao mesmo mês do ano passado. Assim sendo, 52% são compradores que levam o dinheiro até o caixa.
“Estas informações criam de certa forma um entusiasmo no nosso comércio, haja vista que o poder de compra está disponível para a maioria. Através do Sindilojas, iremos propor para este ano a continuidade de campanhas que fomentem esse ambiente de consumo”, explicou o presidente do Sindicato dos Lojistas do Piauí (Sindilojas-PI), Tertulino Passos.
A proporção das famílias que se declararam muito endividadas alcançou o índice de 5,3%, enquanto o percentual que considerou pouco endividado foi de 23,1%. Tudo isso mostra que o consumidor vem se afastando dos bancos e outras instituições de crédito por causa das altas taxas de juros do mercado.
Os instrumentos de crédito mais utilizados pelas famílias para contrair dívidas foram os cartões de crédito com 88,8% e carnês de lojas (citados por 17,5% dos entrevistados), seguido por financiamento de carro (1,5% ), financiamento de casa (1,3%), cheque especial (0,9%), crédito pessoal (0,5%) e Crédito Consignado (0,4%). Pelo resultado desta e das últimas pesquisas, constata-se que as famílias aos poucos estão saindo da dependências dos bancos por estarem mais seletivos na hora de fechar negócios, enquanto todas as classes sociais estão tendo acesso ao cartão. Em novembro, a participação do cartão nas dívidas das famílias era de 85,6% enquanto que o carnê de lojas foi de 21,5%.
Teresinenses estão atrasando menos as contas
A parcela de famílias com contas em atraso recuou 11,02% em relação ao mês anterior, passando de 12,7% para 11,3% neste mês. Este resultado mostra que as famílias, além de estarem devendo menos, também atrasando pouco os seus compromissos.
Com relação ao tempo destinado a pagar as dívidas atrasadas, 36,2% declararam que poderão quitá-las num prazo de até 30 dias, entretanto, 34,9% pediram mais prazo, disseram que têm condições de resolver o problema da dívida em 3 meses.
Já em relação ao tempo de comprometimento com dívidas, boa parte dos teresinenses endividados tem dívidas por mais de um ano (40,1%). Aqueles que têm dívidas até 3 meses representam 34,9%. Entre 3 e 6 meses, são 22%. O tempo médio de comprometimento com dívidas ficou em 7,7 meses.
Entretanto, dentre as famílias da capital do Piauí endividadas, 23,3% têm entre 11% e 50% de suas rendas comprometidas com dívidas no mês de dezembro. Porém, 72,0% dos entrevistados comprometem mais de 50% de suas rendas com dívidas.
Inadimplência
O percentual de famílias que declararam na pesquisa não ter condições de pagar as contas ou dívidas em atraso atingiu 3% do total de endividados, a menor taxa desde de 2010, quando se deu início à primeira pesquisa sobre endividamento. Na verdade, os consumidores que faturam até 10 salários mínimos, apenas 35,2% deles disseram que têm condições de pagar totalmente as suas dívidas em atraso, enquanto 36,2% declararam que têm condições de quitá-las, parcialmente. Já as famílias que têm maior poder aquisitivo, cujo faturamento está acima de 10 salários mínimos, 100% relataram ter condições de honrar essas dívidas atrasadas total e parcialmente.
As dívidas são importantes para o Comércio, principalmente as geradas pelas compras de maior valor tipo bens duráveis, nas quais as famílias não possuem a quantia no momento da aquisição do produto, mas existem alguns fatores inibidores de contrair estes débitos, principalmente a falta de segurança nos empregos dos consumidores com carteira assinada que vem apresentando quedas sucessivas nos últimos meses do ano, porque o emprego é quem garante os pagamentos das contas no fim do mês. Com a baixa inadimplência, fica o consumidor com bastante folga para realizar compras superiores às do ano passado, com no Natal, na qual a Fecomércio estima um aumento de 5%.