Pesquisa da UnB usa insetos como pista de origem de droga

Espécies de percevejos e formigas encontradas em pacotes de maconha sugerem que erva no DF veio do Paraguai .

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Insetos encontrados dentro de pacotes de maconha poderão se tornar "informantes" policiais, indicando locais de plantio e possíveis rotas de distribuição da droga até os centros consumidores, de acordo com a reportagem de Rodrigo Vargas publicada no jornal Folha de S. Paulo. A possibilidade foi testada por um pesquisador da UnB (Universidade de Brasília), que analisou 52 fragmentos de insetos contidos em 7,5 kg da droga prensada oriundos de duas apreensões realizadas no Distrito Federal.

Em sua pesquisa de mestrado, o biólogo Marcos Patrício Macedo conseguiu identificar uma espécie de formiga (Cephalotes pusillus) e duas de percevejo (Euschistus heros e Thyanta perditor) nos pacotes da droga.

Ao cruzar os registros de ocorrência dos insetos com o mapa das principais áreas de cultivo de maconha na América do Sul (que inclui regiões da Colômbia, da Bolívia, do Paraguai e do Nordeste do Brasil), ele afirma ter descoberto a origem provável da droga até o DF: o Paraguai. No estudo, o pesquisador diz que as duas espécies de percevejo são pragas de monoculturas (soja, principalmente), mas uma delas não tem registros no Nordeste do Brasil. O que excluiria o chamado Polígono da Maconha, em Pernambuco, da lista de "suspeitos".

A pesquisa, iniciada em 2008, dependeu do aval da Justiça e, por motivos de segurança, foi realizada dentro do laboratório da Cord (Coordenação de Repressão às Drogas) da Polícia Civil do DF.

"Levei oito meses até conseguir a autorização para pesquisar a droga", disse Macedo em entrevista à UnB.

Para o pesquisador, é necessário que haja mais pesquisas sobre o tema, em busca de espécies que sirvam como "marcadores de origem geográfica" da droga.

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