Uma das maneiras de conhecer a educação e a saúde dos adolescentes no Brasil será revelada com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2019, realizada através do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi lançada na terça-feira (19), em Teresina. A pesquisa será realizada em escolas públicas e privadas em 71 municípios no Piauí, onde possibilitarão conhecer melhor a realidade de quase 7 mil alunos de 13 a 17 anos, englobando os aspectos da prática de atividade física, comportamento sexual, tabagismo, consumo de álcool e outras drogas, saúde bucal, violência e acidentes.
Em inúmeros países no mundo, instituições se preocupam com os fatores de risco dos adolescentes, no Brasil, a PeNSE é implementada pelo Ministério da Educação e de Saúde. Já em 2019, o levantamento em sua 4º edição trará uma reversão da tendência observada desde 2015, data da última pesquisa. O lançamento da pesquisa trouxe o Gerente Nacional da PeNSE, Marcos Andreazzi. Na apresentação, ele enfatizou que a relevância da pesquisa é voltada para uma amostra para formulação de políticas públicas para os estudantes.
“A PeNSE, este ano, tem uma representatividade maior, deixando de analisar apenas o 9º ano. Agora participam alunos do 7º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio das escolas participantes do Censo Escolar, seja pública ou privada. Os alunos receberão um aparelho eletrônico para responder às perguntas de forma sigilosa. Os agentes do IBGE visitarão cada uma das escolas, para que seja aplicado o questionário”, traçou o gerente.
Realizada a cada 4 anos, a PeNSE é um verdadeiro raio-X da situação dos estudantes brasileiros. Quem explica o retrato desses dados no Piauí é o coordenador da Secretaria de Educação do Estado (SEDUC), professor Carlos Alberto, que conviveu com os estudantes.
“A pesquisa só vem a favorecer a melhoria da sistemática educacional, haja vista que já temos outros dados e o IBGE, com esse levantamento, beneficiará as escolas. Hoje falamos da questão socioemocional e muitos dados da análise nos levam a refletir. Quanto mais dados temos, mais podemos nos cercar de políticas corretas para corrigir o fluxo dos nossos estudantes na adolescência”, destacou.
Quem explica mais detalhes da pesquisa é o gerente do IBGE no Piaui, Leonardo Passos. “A PeNSE inicia em abril e vai até o final de junho e os dados serão coletados de forma sigilosa. Ela busca trazer diversos fatores de risco e vida dos alunos da educação básica, e se torna tão interessante porque é o próprio aluno que responde num dispositivo móvel questões por abordar além de todos os assuntos já pesquisados nas amostras anteriores, como a inclusão do aspecto da saúde mental com a prática do Bullying”, reforçou. “Ela também orienta a alocação de recursos públicos para o desenvolvimento de políticas públicas escolar”, completou o analista.
Números da última PeNSE no Piauí
Em 2015, para os estudantes do Piauí, comparando-se aos dados obtidos para o país, a PeNSE revelou, quanto à violência no entorno da escola, que 32,4% dos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental do Piauí consideraram que a localidade onde a escola está situada é área de risco em termos de violência (roubos, furtos, assaltos, consumo de drogas, homicídios etc), percentual inferior à média observada para o Brasil, que foi de 50,8%. Já quanto ao consumo de refrigerantes e alimentos industrializados: - 79,8% dos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental do Piauí haviam consumido refrigerante nos 7 dias anteriores à realização da pesquisa, percentual inferior à média observada para o Brasil, onde esse número alcançava 81,6%. Outro dado é que 74,7% dos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental do Piauí haviam consumido alimentos industrializados ou ultraprocessados salgados, percentual inferior à média observada para o Brasil, onde esse número alcançava 85%.
Quanto à prática de educação física, 25,8% dos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental do Piauí realizaram uma hora ou mais de atividade física em cinco dias ou mais nos sete dias anteriores à pesquisa, inferior à média observada no Brasil, que foi de 34,4%.
Quanto ao consumo de cigarros e bebidas alcoólicas, cerca de 3,2% dos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental do Piauí fumaram cigarros nos 30 dias anteriores à pesquisa, inferior à média observada no Brasil, que foi de 5,6%. 18,2% dos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental do Piauí consumiram bebidas alcoólicas pelo menos um dia nos 30 dias anteriores à pesquisa, inferior à média observada para o Brasil, que foi de 23,8%.
Quanto à atividade sexual a pesquisa apontou que 25,7% dos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental do Piauí já tiveram relação sexual, inferior à média observada para o Brasil, que foi de 27,5%. Com relação aos dados do Piauí, se abrirmos os dados por gênero, temos que 37,2% daqueles estudantes do sexo masculino e 15,6% do sexo feminino já haviam tido relação sexual.