Pesquisa mostra que 30% da carne consumida não passa por fiscalização em Teresina

Além disso, mesmo as que passam por fiscalização têm falhas e apresentam irregularidades entre o momento do abate até a compra pelo consumidor

Fiscalização de carne é insuficiente | Reprodução
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

O consumo de carnes em Teresina pode ser bastante arriscado, se levada em consideração a condição em que elas são expostas em muitos locais de comercialização desse produto e principalmente as condições de higiene destes espaços. Uma pesquisa nacional, divulgada recentemente, aponta que 30% da carne consumida no país não passam por fiscalização, principalmente em cidades do interior do Brasil, além do fato de que 70% não têm origem clandestina, mas apresentam irregularidades. Elas começam a aparecer desde os abatedouros e chegam até os locais de venda.

Em Teresina, o setor de carnes de muitos mercados e de vários frigoríficos da cidade apresenta condições totalmente precárias de higiene. Locais muito conhecidos e com um número grande de clientes como o Mercado Velho, no centro da cidade, e o Mercado da Piçarra, na zona Sul da capital, não apresentam as condições adequadas de higiene. Sangue nas paredes e no chão e carnes expostas sem o menor cuidado comprovam essa afirmação.

Um dos vendedores do mercado da Piçarra, José Francisco da Silva, conta que só higieniza o seu boxe uma vez por semana, aos domingos. ?Eu lavo apenas uma vez por semana. Na verdade pago uma pessoa para lavar aos domingos e ele lava só com água?, disse. Quando indagado pela equipe do jornal Meio Norte se ele acreditava que esse procedimento é suficiente para manter as condições necessárias de higiene do local, ele respondeu que não.

?Não é suficiente. Por isso já estou pensando em passar a lavar todos os dias?, completou.

Segundo o chefe do Núcleo de Fiscais de Alimentos da Vigilância Sanitária, Ludmar Ribeiro, as fiscalizações a esses locais são realizadas por equipes que fiscalizam carnes sem inspeção nos mercados e açougues durante a madrugada e a noite, em forma de blitz. ?Nos grandes supermercados são realizadas vistorias para averiguação da origem das carnes e em locais que utilizam carnes para produção de alimentos se verifica comprovante da compra em locais que comercializam carnes com inspeção?, garantiu.

Já nos abatedouros, Ludmar explica que todos os abates dos animais são acompanhados por técnicos (médicos veterinários e auxiliares de inspeção) do Serviço de Inspeção Municipal da Gerência de Vigilância Sanitária- GEVISA-FMS, que realizam exames ante e post morten dos animais, verificando a presença de lesões e doenças nos animais abatidos, garantindo assim que apenas as carcaças e vísceras que não apresentem nenhum problema sejam liberadas para o consumo.

o que também preocupa é o elevado número de abatedouros clandestinos. Estes não são fiscalizados e não há como garantir que eles fazem esse processo corretamente.

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES