Um cenário triste e revoltante existe e pode ser comprovado por qualquer um no terreno onde funciona como depósito de lixo (lixão) da cidade de Jaicós.
O lixão se localiza na localidade Flamengo, há poucos quilômetros da sede do município. A reportagem esteve no local na manhã deste sábado (16), acompanhado da Nutricionista Auriléia Paiva e da enfermeira aposentada Maria Auzenir Paiva, para verificar in loco sobre a informação de que havia pessoas morando no lixão.
Muito antes de entrar no terreno destinado ao depósito de entulhos, o lixo já está espalhado pela mata, em roças e propriedades vizinhas. Um dos objetivos da visita foi manter um contato com as pessoas que além de trabalhar, moram no lixão, arriscando as próprias vidas, em busca de ganhar o pão de cada dia.
Como é o caso de Elismar, 32 anos, separado e com três filhos, que segundo ele, moram com a sua mãe em um bairro da periferia de Jaicós. O catador informou que numa semana boa, consegue receber uma média de 100 reais com a venda de recicláveis. Aos 62 anos, o Sr. Etevaldo Alberto, é outro que sustenta a família com o que ganha trabalhando no lixão.
Situação mais deplorável é a do casal José Odete, 51, e Maria do Socorro Lima, 37, que estão vivendo há 04 meses no lixão. Questionados sobre o que os levou a morar no meio do lixo, a catadora desabafou que morava em outro local que está quase caindo e também porque precisavam trabalhar, para terem pelo menos como comprar alimentos. “A gente come produtos que encontra no lixão também, como as verduras que jogam na segunda, depois da feira-livre”, disse. José Odete informar que a renda do casal fica em média em 80 reais por quinzena.
A Nutricionista explicou para os moradores dos sérios riscos que essas pessoas estão correndo pela falta de cuidados com a saúde, pois onde moram, em pequenos barracos, o espaço é dividido com lixo, animais e insetos o que faz com que estejam vulneráveis à doenças, além de que o o alimento que é consumido por eles, é preparado nesse local, em meio à moscas e todo tipo de sujeiras. Outro fato que chama a atenção, é o de que essas pessoas não usam nenhum equipamento de proteção, como máscaras e luvas, além de serem desassistidos de qualquer atenção por parte dos poderes públicos.