A operação "Mineração Obscura", deflagrada pela Polícia Federal, nesta terça-feira (30), descobriu um grupo de mais de 70 garimpeiros vivendo em condições análogas à escravidão durante uma operação em Maués, no interior do Amazonas.
O QUE ACONTECEU: A ação é uma resposta ao uso de trabalho em condições análogas à escravidão por parte de garimpeiros ilegais. A operação envolve a Polícia Federal (PF), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT), e teve início na sexta-feira (26).
QUAL ERA A SITUAÇÃO: As equipes descobriram mais de 70 trabalhadores em condições extremamente precárias e degradantes, caracterizadas como escravidão moderna. De acordo com a PF, o local investigado é um dos garimpos mais lucrativos da América Latina, produzindo mais de seis quilos de ouro por dia.
COMO ESTAVAM OS TRABALHADORES: Os trabalhadores foram encontrados operando em poços subterrâneos sem nenhum equipamento de proteção individual, e muitos estavam presos em uma dinâmica de servidão por dívida, uma forma de exploração onde o trabalhador não consegue deixar o trabalho devido a uma dívida, muitas vezes ilegal ou inflada, criada pelo empregador.
LISTA: A PF encontrou um caderno com anotações de supostas compras feitas pelos garimpeiros. A lista, com data de 18 de abril, continha produtos de higiene pessoal, bombons, cigarros e até material básico de saúde, como soro fisiológico e curativos.
O QUE DIZ A PF: A Polícia Federal assegurou que serão implementadas medidas imediatas para resgatar e oferecer assistência adequada aos trabalhadores encontrados em situação vulnerável. A operação tem como objetivos principais coibir o garimpo ilegal, proteger os direitos dos trabalhadores e preservar o meio ambiente.
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