Agentes da Polícia Federal fazem nesta segunda-feira de manhã operação de busca e apreensão contra a ex-mulher do governador Sérgio Cabral, Susana Neves. A suspeita é de ocultação de patrimônio. O mandado foi assinado pelo juiz Marcelo Bretas da 7ª Vara Federal, a pedido da força-tareda da Lava-Jato no Rio.
As buscas acontecem em outras duas cidades: Araras, Região Serrana do Rio, e São João Del Rey (MG). Susana já havia sido levada para depor em janeiro, como parte da Operação Eificiência. A ex-mulher de Cabral afirmou à PF que recebia entre R$ 15 mil e R$ 20 mil mensais, em média, do ex-governador.
Os pagamentos funcionavam como uma espécie de “pensão informal”, já que não há acordo judicial determinando um valor. Um dos filhos é o deputado federal Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ), que até recentemente ocupou a Secretaria estadual de Esporte do governo de Luiz Fernando Pezão.
— Eram pagamentos para custear as despesas com os três filhos — afirmou na época o advogado Sérgio Riera, responsável pela defesa de Susana.
No depoimento, Susana relata que recebia o dinheiro de Luiz Carlos Bezerra, ex-assessor de Cabral, preso apontado como um dos operadores do suposto esquema de corrupção. A defesa sustenta que ela não sabia a origem do dinheiro.
— Ela não tinha conhecimento da origem do recurso. Nunca desconfiou, não existe isso de perguntar se é lícito (o dinheiro). O contato com ele (Cabral) era protocolar. Se ela esteve com ele dez vezes em todo este período em que ele está casado com a Adriana (Ancelmo), foi muito — disse Riera em janeiro.