Agricultura familiar é um ramo que inclui atividades como agricultura, pecuária, extrativismo, prestação de serviços e artesanato. Portanto, a diversidade é uma das marcas desse setor que a cada dia envolve maior número de famílias, que tem o próprio sustento e a geração de renda como principal foco.
O Governo do Estado tem apoiado a agricultura familiar com incentivos para aquisição de equipamentos via crédito rural, sempre subsidiados para os próprios agricultores. Já para as atividades em grupos, por meio de associações e cooperativas, há os programas especiais, como o Projeto Viva o Semiárido para a região do semiárido e ainda o Programa de Geração de Renda e Campo (Progere), que faz investimentos em projetos semelhantes no norte do estado.
“A apicultura, ovinocaprinocultura, piscicultura, hortifrutigrangeiros e avicultura caipira são bons exemplos de atividades predominantes e geradoras de renda, sempre combinadas com outras práticas para autoconsumo e pequenas vendas”, diz Francisco das Chagas Ribeiro Filho, superintendente de Desenvolvimento Rural da Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (Seaf).
Segundo Francisco Ribeiro, a ovinocaprinocultura é a principal produção da agricultura familiar no Piauí, combinada com a produção de milho, feijão e mandioca. “Porém, vem crescendo outras produções, oriundas, principalmente, dos quintais produtivos, como hortaliças, frutas, peixes e aves caipira”, diz o superintendente, enfatizando que a apicultura é outra atividade que, após redução em razão da estiagem nos últimos anos, a expectativa é de recuperação.
Rede de comercialização
O principal mercado são os canais curtos de comercialização como as feiras e as vendas diretas aos consumidores. Mas esses produtos mais recentes também começam a ser lançados no mercado por meio de redes de comercialização que incluem cooperativas e centrais de cooperativas que vão se tornando fornecedoras para o mercado nacional e até para a exportação.
Dois exemplos característicos desse mercado estão relacionados com a apicultura e cajucultura, onde as centrais dominam a comercialização e exportação do mel, como é o caso da Casa Apis e Comapi, e da castanha, caso da Cocajupi.
Essa última, por exemplo, presidida por Jocibel Belchior Bezerra, atua na produção de castanha. “Fazemos o beneficiamento da castanha com máquinas que foram adquiridas pela projeto do Viva Semiárido”, diz o presidente enfatizando que a cooperativa trabalha com 331 agricultores durante 8 meses do ano. “Estocamos a castanha para os meses de entressafra”, diz Jocibel.
Outro fator importante de comercialização são as feiras da agricultura familiar realizadas em diversos municípios. “Tem crescido muito o número de feiras nestes últimos anos. Em 2018, foi atípico, uma verdadeira moda de feiras, este ano caminha na mesma direção. Cada vez mais elas têm se tornado mais que um espaço de comercialização. Estão assumindo também um espaço cultural para encontro de negócios e troca de experiências, com palestras, cursos, oficinas, intercâmbios e conhecimento de novos produtos e novas formas de produção. Nas feiras, são encontrados os produtos mais tradicionais de cada região, desde pequenos animais até sementes e produtos semimanipulados”, explica Francisco Ribeiro.
Incentivo à irrigação e aquicultura
Para agricultura irrigada, o governo fornece subsídio de energia para quem faz irrigação ou aquicultura, o governo paga de 10% a 90% das contas dos produtores que atuam nestas duas áreas como forma de incentivar a produção irrigada e a aquicultura, já que a energia é a principal despesa desses produtores.
Anualmente, o Estado paga mais de um milhão de reais para atender esses irrigantes e aquicultores. Atualmente, os recursos são oriundos do Fundo de Combate à Pobreza Rural (Fecop), gerido pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humano (Sasc).
Para incrementar a agricultura, foram distribuídos kits de irrigação, com recursos do Estado e, principalmente, de emendas parlamentares. “Temos ações mais pontuais de melhoramento de rebanho, principalmente nas parcerias com o Sebrae, Senar e nos programas especiais e crédito rural”, diz Francisco Ribeiro.
Ele acrescenta que todos os programas especiais e de crédito rural têm acompanhamento técnico obrigatório feito e condições para acessar os recursos, realizado pelo Emater e uma rede de entidades, que compreende empresas, cooperativas e ONGs.