Os acidentes de trabalho no Piauí aumentaram mais de 150% em quatro anos. Os últimos dados são de 2008, quando foram registrados 2.600 casos. Em 2004, esse número não passava de 1 mil. Predominam os acidentes na construção civil e na telefonia celular.
O médico do Ministério do Trabalho, Luís Lima, destaca as mortes envolvendo pessoas que trabalham na telefonia.
?Isso é um dado preocupante. Somente nos últimos dois meses, três trabalhadores morreram. Dois foram vítimas de choque e um de queda?, declara Lima, acrescentando que isso se deve ao aumento no número de trabalhadores terceirizados.
Segundo o médico, as empresas de telefonia querem baixar os custos, contribuindo para a precarização do trabalho.
Ocorre que os funcionários não possuem garantias como carteira assinada e treinamentos necessários para desempenhar as funções que podem submetê-los a situações fatais.
?Essas empresas entram no mercado sem agregar fatores como segurança e saúde do trabalhador. Elas ganham a concorrência, mas acabam matando pessoas?, afirma Luís Lima. Para demonstrar a gravidade do problema, o médico do Ministério do Trabalho relembra a morte de um homem, ocorrida em dezembro. Ele era de Cuiabá e foi terceirizado para prestar serviço a uma empresa de telefonia no Piauí. A morte ocorreu após a queda da torre de manutenção.
?Esse trabalhador não tinha carteira assinada e voltou sem atestado de óbito porque ninguém conseguiu identificá-lo.
A empresa que o mandou para cá não tinha programa de prevenção de riscos ambientais e nem de controle de saúde ocupacional?, revela o médico.
Em 2008, foram registradas 18 mortes. Esses são os últimos dados divulgados pelo Ministério do Trabalho.