Estado do Piauí festeja hoje 189 anos da Batalha do Jenipapo

A Batalha será relembrada por autoridades em evento para a população de Campo Maior

SANGUE| Representação da Batalha do Jenipapo este ano será mais uma vez em praça pública | Reprodução Jornal MN
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Os 189 anos da Batalha do Jenipapo será comemorado hoje, em Campo Maior. A batalha foi uma das mais sangrentas travadas pela Independência do Brasil onde cerca de 200 a 400 piauienses e cearenses perderam a vida e mais de 500 foram feitos prisioneiros pelas tropas portuguesas comandadas pelo major João José da Cunha Fidié.

A programação do evento de comemoração terá início com uma missa em ação de graças, às 12 horas, na Catedral de Santo Antônio e, às 14 horas, será realizado um culto em ação de graças na Primeira Igreja Batista de Campo Maior, que fica localizada na Rua Siqueira Campos.

Depois desses eventos deve acontecer, às 16 horas, a Solenidade Cívico Militar. A ocasião será marcada pela Entrega da Medalha ?Heróis do Jenipapo?, Desfile Militar e apresentação da peça teatral ?A Batalha do Jenipapo?.

Personalidades que contribuíram com a História do Piauí também serão homenageadas. Será oferecido a elas a Comenda do Mérito Renascença. Esta, por sua vez, é atribuída aos cidadãos que trabalham em busca da igualdade social, bem como aquelas que trabalham para o desenvolvimento do país e do Piauí.

Dentre os homenageados estão o diretor do Banco Mundial, Makhtar Diop, o procurador federal do Trabalho, Luzardo Soares, o compositor e intérprete José Quaresma, além do design gráfico Tupy Neto.

A solenidade será realizada no Monumento Heróis do Jenipapo, construído em 1973, pelo Governo do Estado em homenagem aos heróis piauienses mortos na batalha.

História com muito derramamento de sangue

Tendo este nome por ter acontecido às margens do rio Jenipapo, nas imediações da cidade de Campo Maior, a 82 quilômetros ao Norte de Teresina, a Batalha foi consequência do movimento pela independência brasileira.

A adesão do Piauí à causa foi oficializada no dia 24 de janeiro de 1823, com a proclamação feita pelo brigadeiro Manoel de Sousa Martins, em Oeiras, capital da província.

A adesão do Piauí à Independência do Brasil alcançou Fidié em Parnaíba onde, em outubro de 1822, Simplício Dias da Silva havia declarado a independência da vila. Fidié, com uma tropa de cerca de 1.500 homens, saiu de Oeiras para Parnaíba, para sufocar o movimento dos revoltosos.

Ao chegar a Parnaíba, o comandante português encontrou uma Parnaíba tranquila. Simplício Dias da Silva e seus aliados haviam se recolhido na cidade de Granja, no Ceará, onde permaneceram até o retorno de Fidié.

João José da Cunha Fidié, ao ser informado dos acontecimentos da capital, resolveu retornar com seu exército para Oeiras. No dia 22 de janeiro de 1823, Leonardo Castelo Branco proclama a adesão de Piracuruca à Independência e uma coluna portuguesa que precedia à chegada do comandante foi recebida a tiros ao chegar à Lagoa do Jacaré, a 20 quilômetros da cidade.

Com reforços do Maranhão, Fidié chegou à margem do Jenipapo com quase 2 mil homens e 11 peças de artilharia.

Na outra margem estavam cerca de 1.500 piauienses e cearenses, sem qualquer preparo militar e armados apenas de foices, facões e velhas espingardas. A batalha começou às 9 horas e durou até às 14.

Fidié saiu vencedor, mas com suas tropas e armamentos avariados, sem condições de prosseguir a luta. Por isso, em vez de seguir para Oeiras e tentar retomar o poder, o comandante português atravessou o rio Parnaíba e seguiu para Caxias, no Maranhão. Lá foi cercado por um exército de seis mil homens, dos quais 3 mil piauienses. Preso, foi levado para Oeiras e de lá para o Rio de Janeiro.

Para homenagear os heróis piauienses mortos, o Governo do Estado construiu, em 1973, à margem da BR-343, um monumento ao lado do cemitério onde estão sepultados. A data é comemorada anualmente.

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