Para uma recuperação efetiva da dependência química é preciso trabalhar aspectos biológicos, psicológicos e sociais do indivíduo. A reinserção do dependente químico em abstinência no mercado de trabalho é muito mais delicada do que se pensa. O indivíduo, que muitas vezes é julgado e discriminado por se envolver nas drogas, não encontra oportunidades na sociedade para se reerguer como ser humano.
É nesse contexto, em que muitos dependentes em abstinência se encontram com as portas fechadas para a oportunidade, que a Secretaria Municipal da Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas – (Semcaspi), em parceria com a Fazenda da Paz - comunidade terapêutica que oferece acolhimento para jovens e adultos dependentes químicos no Piauí, vão inaugurar no mês de março o primeiro Centro de Reinserção de Dependentes Químicos do Brasil.
O secretário municipal da Semcaspi, Samuel Silveira, destacou que o projeto surgiu a partir do diálogo com as comunidades terapêuticas quanto à dificuldade dos dependentes para encontrar uma vaga de emprego após deixar o acolhimento. “Esse será o primeiro Centro de reinserção de dependentes químicos egressos de comunidades terapêuticas do Brasil e será inaugurado no dia 11 de março. Pensamos em um formato de equipamento para que, após a saída das comunidades, esse indivíduo possa reunir forças para permanecer longe das drogas. Estamos esperançosos de que Teresina seja pioneira mais uma vez nas políticas de acolhimento e reinserção de dependentes químicos”, adiantou.
Célio Luiz Barbosa, coordenador-geral da Fazenda da Paz, esclareceu que a comunidade terapêutica foi convidada para participar do projeto e participou de uma reunião com o ministro da Cidadania, Osmar Terra, oportunidade em que apresentou as diretrizes do Centro. De acordo com Célio, o governo federal não só aprovou a proposta, quanto sinalizou o desejo de replicar a ferramenta para outras cidades do Brasil.
“A Fazenda da Paz foi convidada para ajudar a montar esse Centro, que vai abranger e dar possibilidade ao ex-dependente químico de conseguir uma formação junto à Fundação Wall Ferraz e entrar no mercado de trabalho de igual para igual com outros candidatos a uma vaga de emprego. Será um centro de desenvolvimento social voltado para os dependentes químicos oriundos dos serviços de atendimento da capital. É um avanço de reinserção do dependente químico”, avaliou Célio Barbosa.