Morreu na noite de segunda-feira (23), o ex-secretário de Saúde, deputado e pré-candidato ao governo do Distrito Federal, em 2018, Jofran Frejat. O político tinha 83 anos e, segundo a família, foi diagnosticado com um câncer de pulmão, em setembro passado. Jofran Frejat estava na UTI do Hospital Santa Lúcia, no Setor Hospitalar Sul. Ele ficou cerca de 20 dias internado.
O político tinha quatro filhos. Uma delas, Graziela Frejat, disse que o pai "não respondeu bem à quimioterapia". A doença progrediu em dois meses. "Meu pai deu o maior exemplo de vida pra gente. Ele abdicou da vida particular pra se doar ao povo", disse Graziela.
Quem foi Jofran Frejat
Jofran Frejat nasceu em 19 de maio de 1937, em Floriano, no Piauí. Ele chegou ao DF em 1963, logo após se formar em medicina, no Rio de Janeiro.
Na capital federal, foi quatro vezes secretário de Saúde – entre 1979 e 2002. Durante sua gestão, foram construídos ou inaugurados os hospitais regionais de Ceilândia (HRC), da Asa Norte (Hran), do Paranoá e o Hospital de Apoio.
Ele também foi o fundador da Escola Superior de Ciência da Saúde (ESCS), mantida pela Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs). O político trabalhou ainda como diretor do Instituto Médico Legal (IML) e secretário-geral do Ministério da Previdência.
Em 1987 foi eleito pela primeira vez deputado federal, cargo que ocupou por cinco mandatos. Frejat iniciou a vida política no PFL (atual DEM) e passou também pelo PP, PPB e PTB, antes de se filiar ao PR, em 2007.
Nas eleições de 2014, Frejat chegou ao segundo turno na disputa pelo Palácio do Buriti, mas perdeu para Rodrigo Rollemberg (PSB). Na ocasião, o médico recebeu 44,44% dos votos válidos.
Em 2018, como pré-candidato ao governo de Brasília, ele chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto. No entanto, desistiu de concorrer.
Aos 81 anos, à época, ele não divulgou publicamento o motivo da desistência. Aliados tentaram fazer com que Frejat reconsiderasse a decisão, no entanto, o político não voltou atrás.
A coligação que o lançaria era composta por PR, PP, MDB e DEM. Em nota, um dos correligionários dele, o então deputado federal Laerte Bessa, disse que tentou de "todas as formas convencê-lo a permanecer na campanha", mas que respeitava a decisão. "Essa foi uma decisão pessoal e teve o apoio da família", disse Bessa, naquele momento.
Após a vitória de Ibaneis Rocha (MDB), Frejat coordenou, a convite do governador eleito, o grupo designado para fazer um "raio-x" do sistema de saúde na capital.
Ibaneis chegou a lamentar que Frejat não tivesse interesse em um novo cargo público. "Eu gostaria que [ele] assumisse, mas vai fazer parte do grupo", disse Ibaneis, na época.
Frejat já havia sido cotado por Ibaneis para compor o "grupo de notáveis", uma espécie de conselho formado por indicações políticas que se reunia com a função de levar ao governador a "opinião da sociedade".