Dona de 145 anos de história, a Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, se viu envolta em mais um episódio de racismo. Nesta terça-feira (6), uma pichação em um dos banheiros da Faculdade de Direito da instituição trazia os seguintes dizeres: “Lugar de negro não é no Mackenzie. É no presídio”.
O caso foi denunciado por alunos nas redes sociais e logo viralizou. A estudante Tamires Gomes Sampaio, diretora do Centro Acadêmico João Mendes Jr., do curso de Direito da Mackenzie, e segunda vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), lamentou que o ato criminoso e racista represente aquilo “que passa na cabeça de muitos que permeiam pelo Mack”.
“O negro foi historicamente segregado no Brasil, desde a abolição da escravidão, fomos sistematicamente jogados para as periferias; nossos costumes, religião, luta, lazer, tudo que vinha de nós foi criminalizado. Foi determinado um papel e um lugar para o negro, e coitado do que tentasse ultrapassar o limite que nos foi colocado (…). Não é a toa que vivemos um genocídio da população negra no nosso país. A carne mais barata do mercado e a mais marcada pelo Estado é a negra (…). Volto novamente a dizer: podem chorar e escrever nas paredes quantas vezes quiser elite, branca, racista, MAS vai ter preto na universidade SIM”.
Em contato com a reportagem, a assessoria de imprensa da Mackenzie informou que o episódio “está sendo apurado” e que mais informações serão prestadas oportunamente. A diretoria da Faculdade de Direito da universidade soltou uma nota, em que repudia “qualquer ato, ação ou manifestação de cunho racista”.