Pilates no pré-natal pode ajudar gestantes

A atividade é utilizada como um método estimulante para os músculos, além de reduzir a ansiedade da espera do bebê

Pilates na gravidez | Rede Meio Norte
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Rosilda está esperando o segundo filho. Aos sete meses de gestação, ela resolveu recorrer à prática de exercícios físicos, pois sentia diversas dores. O pilates foi a atividade mais indicada durante o pré-natal. Este é mais um tema trabalhado no programa Formação Saúde da Rede Meio Norte

Para a gravidez, é um método estimulante que não trabalha músculos isolados, mas sim o corpo inteiro, durante apenas uma aula. Além da redução da ansiedade que surge na espera do bebê, ele auxilia no aumento da força e flexibilidade, inclusive no momento do parto. 

Rosilda aproveitou o pilates para potencializar o parto. Crédito das fotos: Rede Meio Norte.

De acordo com Rosilda da Costa, o pilates está sendo muito útil neste período gestacional. “Como eu tive um parto cesáreo na gravidez anterior, esse quero ter normal. Então os exercícios me ajudam muito. Além disso, eu sentia dores, mas agora não sinto mais por conta dos exercícios”, explica. 

Exercícios para a futura mamãe

Os exercícios podem beneficiar a futura mamãe e ajudá-la a manter uma boa postura, aliviar dores habituais, diminuir a tensão muscular e sobrecarga articular provocada pelo “barrigão”. 

Assim como Rosilda, Larisse Ciríaco recorreu a prática e caminhadas para melhorar as dores no corpo durante a gestação. “Eu descobri o pilates aos três meses de gestação. Então fiz até a semana anterior ao parto. Além disso, eu fiz caminhadas três vezes na semana. Isso me ajudou muito a reduzir inchaços, indisposição e dores nas costas. Não senti nada e tenho certeza que ajudou na consciência corporal na hora do parto”, disse. 

Rosilda também fez pilates.

A atividade ainda ajuda a preparar o corpo da mulher para as alterações que virão. Laura Prado, fisioterapeuta, indica o pilates a partir do terceiro mês de gravidez. As contraindicações são mais relacionadas aos exercícios, como, por exemplo, evitar posições invertidas, que a gestante fique de cabeça para baixo, além de exercícios que exijam muita força de sustentação e flexões abdominais.

Cuidados 

No geral, Laura Prado, fisioterapeuta, revela a importância do pilates. ”É um método completo. Trabalha concentração, respiração, equilíbrio e flexibilidade. A gravidez faz alguns desvios posturais, reduzindo a dor com a melhoria da circulação, varizes e cãimbras”, afirma. 

Além da prática de exercícios físicos, é importante a realização do pré-natal para que se tenha uma gestação saudável diminuindo consideravelmente os riscos para a gestante e para o bebê. É no pré-natal que as futuras mamães acompanham todo o desenvolvimento da criança e ainda realizam os exames de rotina para garantir uma gravidez mais segura. 

Lara Drumond, médica obstetra, explica que a atividade física deve estar associada ao pré-natal. “O pré-natal deve ser um momento de acolhimento para as mães. Elas devem ampliar o diálogo com o profissional de saúde que está acompanhando. São orientações sobre o parto e cuidado com o bebê”, afirma. 

A gestação é um momento mágico, porém, preocupante para muitas mães. Afinal, a maioria das gestantes tem dúvidas quanto ao cuidado nutricional durante a gravidez. Nesse período, a atenção com a alimentação no pré-natal deve ser redobrada, uma vez que ela implica diretamente no perfeito desenvolvimento do feto. 

Flávia Mércia, nutricionista gestacional, lembra os cuidados pré-gravidez. “O acompanhamento nutricional deve ser feito antes da concepção. Pelo menos seis meses antes. Isso para avaliar se o corpo está bem para a gravidez. Além disso, cortar o álcool e uma possível suplementação alimentar. Sobre o ganho de peso ao longo da gravidez é variável”, explica. 

Vacinação na gravidez 

Para que se tenha uma gestação saudável, além de realizar o pré-natal, as futuras mamães devem se ater ao calendário de vacinação, com forma de fortalecer a imunidade, e consequentemente, prevenir doenças e até mesmo evitar a mortalidade materno-infantil. 

Keliany Duarte, obstetra.

Uma vacina que vale por duas. Assim podem ser consideradas as vacinas tomadas pelas gestantes, pois protegem a mãe e o bebê. Os efeitos das vacinas são transmitidos, via placenta, para o feto. Após o nascimento, a transmissão se dá pelo aleitamento materno, até que a criança tenha idade para iniciar seu próprio ciclo de vacinações. 

Keliany Duarte, obstetra, explica como deve ser a vacinação de gestantes. “A primeira é a vacina da gripe, que protege contra a gripe e formas graves de pneumonia. Todas as gestantes devem tomar, não importa a idade gestacional. Outra vacina muito importante é a da DTPA, que toda gestante deve tomar após a vigésima semana. Ela protege contra a difteria, tétano e coqueluche. Também tem a Hepatite B, que faz parte do calendário e a maioria das mulheres já tomou”, aponta.

Gravidez e vacinas contra a Covid-19 

A pandemia da Covid-19 assustou não só a população geral, mas principalmente as mulheres que engravidaram neste período turbulento para a humanidade. Medo, dúvidas, passaram a fazer parte do dia a dia das novas gestantes, e muitas delas decidiram até mesmo não receber o imunizante. 

Para Herlon Lima, gerente de atenção primária da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), as grávidas devem tomar Pfizer e CoronaVac. “Nossas gestantes, pela condição de gestantes, já possuem uma imunidade reduzida. Estamos diante de um vírus grave que pode levar à morte. É importante que as grávidas tomem a vacina, inclusive a segunda dose, mesmo em período de gestação”, explica. 

Herlon Lima da Sesapi.

A professora de epidemiologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI), Telma Evangelista, explica que as vacinas mencionadas por Herlon Lima para as grávidas contra a Covid são seguras e não têm nenhuma contraindicação para as gestantes e puérperas. “As vacinas que temos disponíveis são super seguras. Elas só trazem benefícios para a mãe e o bebê. É fundamental que as gestantes estejam vacinadas. Os Estados que vacinaram as mães tiveram redução de mortalidade materna e internações”, acrescenta.

Parto normal: como assim doula? 

Heloise Pontes tem dois meses de vida e nasceu de parto normal. Para Maely, mãe de primeira viagem, inúmeras dúvidas surgiram durante a gravidez. No final da gestação, Maely optou pelo parto normal após ter tido contato com uma doula. A decisão foi baseada na confiança e segurança que a profissional passou para ela. 

Maely Pontes conta que “Eu sempre soube que meu corpo sabia parir e que a Heloise saberia nascer. Mas minha cabeça precisava de um apoio emocional e físico. A Nycolle me ajudou muito nesse apoio durante o processo”, revela. 

Filha, mãe e a doula.

A doulagem é um serviço de assessoria oferecida, que auxilia, apoia e informa a mulher e sua família durante a gestação e o puerpério, realizando o acompanhamento contínuo durante o trabalho de parto, o parto e o pós-parto. 

Uma "assessoria" materna

Nycolle Garrêto, doula de Heloíse, revela a importância dessa “assessoria materna”. “Antes do parto atuamos com informação e orientação. Na questão do parto em si, o durante é para alívios da dor, com técnicas não-farmacológicas. Caminhar, agachar, fazer exercícios específicos. Além disso, há o suporte emocional, pois existe um mix de hormônios envolvido”, afirma. 

Os serviços e acompanhamentos prestados pela doula não substituem os profissionais da saúde, pois a doula não realiza nenhum tipo de procedimento técnico. O médico Joaquim Parente, obstetra há mais de 41 anos, explica os benefícios do parto normal para as mães, que optam por este tipo de procedimento. “O parto normal tem uma recuperação mais rápida da mãe. Depois de 12h, a mãe já está em condições de amamentar e cuidar de si própria”, avalia o médico.

Parto cesáreo e suas indicações 

A cesariana, também chamada de parto cesária, é uma forma de parto feita através de cirurgia. A prática ainda é a via mais comum de parto no Brasil, apesar do parto normal ser considerado pela Organização Mundial de Saúde e por diversas entidades médicas a melhor forma do bebê nascer. Segundo recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas cerca de 15% dos partos apresentam indicação para a cesariana, devendo os 85% restantes serem efetuados pela via vaginal. 

Joaquim Parente, médico.

A exagerada popularização da cesária nas últimas décadas provocou na população a falsa impressão de que o parto por cesárea é mais seguro e acarreta menos complicações para o bebê. Entretanto, o que ocorre é exatamente o oposto. Alguns estudos mostram que o risco de complicações na cesariana chega a ser o dobro do parto normal. 

As cesarianas são muitas vezes necessárias nos casos em que um parto vaginal colocaria a mãe ou o bebê em risco. A fisioterapia é uma etapa importante no pós-parto cesáreo, pois contribui para a recuperação, prevenção e tratamento, com objetivo de minimizar os efeitos indesejáveis das alterações fisiológicas.

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