O Plantão de Gênero triplicou o número de denúncias de violência contra a mulher. Ao todo foram 4.702 denúncias de ameaça, injúria ou violência física. Além disso, percebeu-se uma tênue diminuição no número de casos de feminicídio do Estado. Em 2017, foram 26 casos, contra 25 em 2018.
Em entrevista à Rádio Jornal Meio Norte (90.3 FM), a delegada Eugênia Villa afirmou que a leve queda mostra que a delegacia está trabalhando e conseguindo coibir novas vítimas. “Não temos nada o que comemorar. Enquanto houver famílias de luto, não vamos comemorar nada. Mas isso mostra que estamos evitando novos feminicídios. Não temos como precisar um dado, mas houve tentativas que conseguimos evitar a morte, então dá para desenhar um pouco disso”, avalia.
Em 2019, já foi registrado o primeiro caso de feminicídio, que ocorreu em Esperantina, município localizado a 188 km de Teresina, no último domingo (6). “Não há dúvidas que este caso foi um feminicídio. Ela já não queria manter o relacionamento e tudo indica que ele ceifou a vida dela porque perdeu o controle sobre ela. No feminicídio, a mulher é morta pela condição de ser mulher”, explica.
Existe uma diferença entre casos de feminicídio e assassinato de mulheres. Na terça-feira (08), outra mulher foi assassinada em União, mas o caso não se enquadra. “O feminicídio ocorre em uma relação interpessoal, de confiança. Essa relação faz com que a mulher não acredite que será assassinada. Não dá tempo reagir, é de surpresa. No caso de União, não. No contexto familiar, talvez. Mas este caso foi uma violência interfamiliar, que foi uma lesão seguida de morte”, discerne a delegada.
O caso da mulher morta em União tem como principais suspeitas as irmãs da vítima, que fugiram em uma moto. Uma das suspeitas já foi detida pela Polícia Militar.