O secretário de Direitos Humanos do Espírito Santo, Julio Pompeu, disse que o prazo para os policiais militares aceitarem a proposta do governo terminou às 6h desta sexta-feira (10). Com isso, segundo ele, a mesa de negociações com as lideranças do movimento "perde sentido".
O movimento que paralisou o policiamento no estado pede aumento salarial (reposição da inflação e 10% de ganho real), além de melhores condições de trabalho. O governo disse ser impossível dar reajuste, mas propôs avaliar promoções, carga horária dos PMs e outras reivindicações.
O Espírito Santo está sem PMs nas ruas desde sábado (4), o que desencadeou uma onda de violência que deixou 113 mortos. Escolas, postos de saúde e ônibus seguem sem funcionar na Grande Vitória e em outras regiões do estado.
Na noite de quinta-feira (9), o governo se reuniu com lideranças do movimento. O encontro, que se estendeu até a madrugada desta sexta-feira, terminou sem acordo. O governo, entretanto, manteve sua proposta em aberto até as 6h.
"Precisávamos do prazo para saber se nos quartéis vão aceitar a proposta e vão voltar às ruas. Chegamos às 6h, a força policial não foi para as ruas, ou seja, não aceitaram nossa proposta, a mesa de negociações perde sentido", afirmou Julio Pompeu, em entrevista ao Bom Dia ES.
Agora, caberá às Forças Armadas, que assumiram o comando da segurança pública no estado, dedicir as "medidas necessárias" tomar para "o restabelecimento da lei e da ordem", afirmou Pompeu.
"Essas medidas dependem de avaliação caso a caso, do comando militar, das forças de segurança, que estão no comando da segurança pública, que aqui está com o general do Exército", disse.
Nesta quinta, o Comando da Polícia Militar do Espírito Santo de início a procedimentos para punir mais de 300 policiais acusados de participar da paralisação. As investigações indicam atos de motim ou revolta.