O Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) removeu de seu website orientações altamente incomuns que informavam médicos sobre como prescrever a hidroxicloroquina e a cloroquina, remédios recomendados pelo presidente Donald Trump para tratar o coronavírus. As informações são do UOL.
A medida acontece três dias depois da Reuters noticiar que o CDC publicou importantes informações sobre dosagem envolvendo os dois medicamentos utilizados no tratamento da malária baseadas em relatos sem autoria em vez de orientações revisadas por cientistas.
A Reuters também noticiou que a orientação original foi elaborado pelo CDC depois que o presidente Trump pressionou pessoalmente autoridades reguladoras e de Saúde para tornar os medicamentos mais amplamente disponíveis para o tratamento do novo coronavírus, embora os medicamentos em questão não tenham sido propriamente testados para a Covid-19.
Inicialmente, a página do CDC intitulada "Informações para Clínicos sobre Opções Terapêuticas para Pacientes com a Covid-19" dizia: "Embora a dosagem e duração ótimas da hidroxicloroquina no tratamento para a Covid-19 sejam desconhecidas, alguns clínicos dos EUA têm reportado" sobre as maneiras de prescrever o medicamento para a Covid-19.
Especialistas da área médica expressaram à Reuters que estavam surpresos com a linguagem utilizada no comunicado. "Por que o CDC publicaria relatos?", perguntou o dr. Lynn Goldman, reitor da Escola de Saúde Pública Instituto Milken da Universidade George Washington. "Isso não faz sentido. Isso é muito incomum."
Médicos e outros especialistas da área de saúde haviam criticado as orientações dizendo ainda que elas sugerem que médicos poderiam prescrever os medicamentos quando não estiver claro se eles são ou não são eficazes ou prejudiciais.
A orientação atualizada e abreviada acrescenta que "Hidroxicloroquina e cloroquina estão sob investigação em testes clínicos" para uso em pacientes com o coronavírus.
O CDC não respondeu imediatamente à perguntas enviadas sobre a remoção das orientações originais. Em nota, o órgão havia dito à Reuters que teria elaborado as orientações para médicos a pedidos de uma força-tarefa para o coronavírus, que havia exigido ação imediata.