Polícia apreende toneladas de explosivos que seriam usados em ataques no Ceará

Ceará vive onda de ataque com mais de 190 ações criminosas. Em alguns casos, bandidos usaram explosivos em pontes, viadutos, concessionárias e prédio públicos e privados.

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A Polícia Civil do Ceará apreendeu neste sábado (12) toneladas de explosivos que seriam utilizados em ataques criminosos no estado. Cinco suspeitos, todos membros de uma facção criminosa com atuação em todo o Brasil, foram presos no local onde o material foi achado, no Bairro Jangurussu, na periferia de Fortaleza.

Segundo a Polícia Civil, policiais cumpriam na manhã deste sábado mandados de prisão contra suspeitos de homicídio e de ataques ao patrimônio público. No local, a equipe de segurança obteve informações de que o bando escondia o material explosivo, obtido em um roubo em 21 de dezembro do ano passado.

O que se sabe e o que falta saber sobre os crimes

Divulgação

Veja a cronologia da sequência de ataques no Ceará

A estimativa inicial é de que o depósito dos criminosos contém cerca de cinco toneladas de material utilizado para fazer dinamites, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública. O material estava contida em embalagens com o símbolo de "explosivo" e o alerta de "perigo" em três idiomas. Um caminhão do Exército recolheu a carga.

Os policiais apreenderam também munição e um carregador de pistola.

Melquíades Júnior/SVM

Ainda conforme policiais civis, parte da carga já havia sido utilizada nos ataques que ocorrem há 11 dias no Ceará. Em alguns dos crimes, bandidos usaram explosivos em pontes, viadutos, delegacias, numa torre de telefonia e em uma torre de distribuição de energia elétrica.

Sequência de ataques

A onda de violência no estado chegou ao 11º dia seguido com 194 ataques confirmados em 43 municípios. Desde o início da sequência de crimes, 35 membros de facções criminosas foram transferidos para presídios federais, de acordo com o Ministério da Justiça.

Membros de facções rivais se uniram contra o governo após o secretário da Administração Penitenciária do Ceará, Mauro Albuquerque, anunciar mais rigor na fiscalização dos presídios.

Melquíades Júnior/SVM

Mauro Albuqurque, ao assumir o cargo criado em 1º de janeiro deste ano, prometeu acabar com a entrada de celulares nas prisões e com a divisão de presos segundo a facção à qual pertencem. Os ataques são uma tentativa de fazer com que o estado recue.

O governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou nesta sexta-feira (11) que "não há recuo".

Ações do estado contra a violência

Camilo Santana também destacou que vai apresentar um projeto de lei que beneficia pessoas que denunciarem autores de ataques violentos no estado. O projeto será votado neste sábado, em uma sessão extraordinária, durante o recesso parlamentar.

A Lei da Recompensa prevê pagamento em dinheiro por informações repassadas pela população à polícia e que resultem na prevenção de atos criminosos e prisão de bandidos envolvidos nas ações.

José Leomar/SVM

O governador anunciou também um pacote de medidas contra os ataques, que incluem a convocação de policiais da reserva e a autorização de pagamento de hora extra além do que é permitido atualmente. Para efetivar as mudanças, é preciso de aprovação na Assembleia Legislativa, onde o governador tem ampla maioria do apoio.

Entenda o que está acontecendo no Ceará

O governo criou a secretaria de Administração Penitenciária e iniciou uma série de ações para combater o crime dentro dos presídios.

O novo secretário, Mauro Albuquerque, coordenou a apreensão de celulares, drogas e armas em celas. Também disse que não reconhecia facções e que o estado iria parar de dividir presos conforme a filiação a grupos criminosos.

Criminosos começaram a atacar ônibus e prédios públicos e privados. As ações começaram na Região Metropolitana e se espalharam pelo interior ao longo da semana.

O governo pediu apoio da Força Nacional. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorizou o envio de tropas; 406 agentes da Força Nacional reforçam a segurança no estado.

A população de Fortaleza e da Região Metropolitana sofre com interrupções no transporte público, com a falta de coleta de lixo e com o fechamento do comércio.

Onda de violência afastou turistas e fez a ocupação hoteleira no estado cair.

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