A Polícia Científica do Piauí, através do Instituto de Identificação do Piauí, já realizou 631 perícias no primeiro semestre de 2016. Este número gerou 173 laudos técnicos, que representam as soluções dos casos. Para isto, os peritos fazem análises de digitais nos locais de crimes e identificam os autores de delitos como assassinatos, furtos, roubos e outras ocorrências.
Quando acontece o crime, a autoridade policial requisita a presença do perito papiloscopista, que atende em toda a Teresina e Piauí. “Esses profissionais estão de plantão nas 24h do dia. Esses profissionais garimpam, através de produtos químicos, as digitais que possam identificar o criminoso. É um processo exato, científico”, explica Marcus Pinheiro, perito que atualmente está na direção do Instituto.
Após colher o material, o perito encaminha para o Instituto, onde é feita a análise para identificar o responsável. “O resultado das perícias dura, no máximo, 24h. Mas em até 6h nós já conseguimos fazer esses atendimentos. Aqui nós temos o maior banco da segurança pública do Piauí, com um banco de dados de 50 milhões digitais”, revela o diretor.
Para que a perícia ocorra de forma satisfatória, é necessário não intervir na cena do crime. “Nós pedimos que quando acontece o crime a pessoa preserve o local do crime, não mexa em nada e acione a polícia imediatamente. Isso porque a digital pode sumir em até 48h, dependendo das condições de umidade”, orienta Marcus Pinheiro.
No entanto, os peritos papiloscopistas enfrentam dificuldades com um baixo contingente de profissionais. “Infelizmente, o Piauí ainda não está regionalizado, como o Maranhão. Para isso precisa haver concurso. Atualmente, temos 30 peritos. É um número deficitário até mesmo para a capital. O ideal seriam, pelo menos, uns 50”, avalia Pinheiro.
Retrato falado aponta autor de crime com memórias da vítima
Esqueça os desenhos feitos em filmes. A Polícia Civil do Piauí utiliza um software especializado que reproduz a fisionomia do suspeito a partir do uso de uma tecnologia em 3D, com um alto padrão tecnológico. “É um profissional treinado, o perito faz um curso para usar o software especializado e a partir de dicas da testemunha, aponta quem praticou o crime”, afirma Marcus Pinheiro.
“Os retratos são muito úteis porque dão uma noção aos policiais para chegar ao suspeito. Geralmente, as reproduções são muito parecidas com os verdadeiros criminosos”, acrescenta.
Necropapiloscopia identifica cadáveres
Os peritos do Instituto de Identificação do Piauí também identificam corpos por meio da perícia. “O perito, através de um processo científico, recupera a epiderme ou até a derme dos cadáveres e consegue revelar as digitais, de modo que possa fazer o confronto com o arquivo”, conta o diretor.
Com a identificação, é possível que as famílias possam resolver questões patrimoniais e fazer funerais. “A solução disso possibilita um enterro digno para as famílias, além da questão do direito sucessório e de pensões. As digitais são mais práticas que o exame de DNA, pois a identificação é mais rápida”, finaliza Marcus Pinheiro.
Por: Lucrécio Arrais