A polícia da Nova Zelândia não tem mais expectativa de encontrar sobreviventes de uma erupção vulcânica na Ilha Branca que matou no mínimo cinco pessoas.
"O helicóptero da polícia e aeronaves das Forças Armadas realizaram vários voos de reconhecimento aéreo sobre a ilha desde a erupção. Nenhum sinal de vida foi visto em nenhum local", disse a polícia em comunicado. "A polícia acredita que qualquer um que pudesse ter sido retirado vivo da ilha foi resgatado no momento da evacuação".
A erupção aconteceu na segunda-feira (9) às 14h11, pela hora local (22h11 de domingo em Brasília).
Resumo da situação até o momento:
Há 5 pessoas mortas até o momento, mas há outras desaparecidas e as autoridades não viram sinais de sobreviventes no local
31 pessoas foram levadas ao hospital, diversas em estado crítico segundo a primeira-ministra
8 pessoas são consideradas desaparecidas
Entre as pessoas atingidas pela erupção, estão neozelandeses e turistas de Austrália, EUA, Reino Unido, China e Malásia
Uma nuvem de cinzas atingiu 3657 metros acima do vulcão e era visível da Ilha Norte da Nova Zelândia
Os policiais estão trabalhando "com urgência" para confirmar o total de pessoas que morreram. As condições instáveis, com emissões de gases tóxicos e cinzas, impedem as equipes de resgate de percorrer a ilha a pé.
A polícia diz que cerca de 50 pessoas estavam na ilha no momento da erupção e mais de 20 delas eram turistas australianos. Vinte e três pessoas foram retiradas do local -- cinco delas morreram --, todas elas têm ferimentos, principalmente queimaduras. Sete pessoas em estado crítico foram levadas para hospitais em Tauranga e Auckland.
A primeira-ministra Jacinda Ardern, que visitou a cidade costeira de Whakatane na noite de segunda-feira, disse que a situação era "significativa e em evolução".
John Tims, vice-comissário de polícia, disse que pelo menos duas dúzias de pessoas permaneceram na ilha, mas ele não podia ter certeza do número exato. "O ambiente físico é inseguro para retornarmos à ilha", disse ele.
O vulcão, também conhecido como Whakaari, lançou rochas, cinzas e muita fumaça pouco depois das 14h (no horário local). Uma nuvem de cinzas espessa podia ser vista a vários quilômetros de distância.
Casal de brasileiros
Um casal de brasileiros que vive na Austrália contou nas redes sociais que escapou por poucos minutos da erupção do vulcão. Allessandro Kauffmann afirmou que dois tours foram até o vulcão nesta segunda. Eles estavam no primeiro. Alguns turistas que estavam no segundo tour tiveram queimaduras – algumas delas graves.
Entre os turistas que estavam no local no momento do incidente estão os passageiros do navio de cruzeiros Ovation of the Seas. A embarcação seguiu para a cidade costeira Tauranga.
As 23 pessoas que foram retiradas da ilha viajaram a bordo de barcos utilizados em excursões, mas a operação de resgate teve que ser interrompida.
Alerta
A Agência Nacional de Emergência emitiu um alerta para possíveis novas erupções e atividade sísmica moderada. As autoridades neozelandesas cancelaram excursões na região.
De acordo com a BBC, em 3 de dezembro, o site de monitoramento geológico GeoNet alertou que "o vulcão podia estar entrando em um período em que a atividade eruptiva era mais provável do que o normal". Porém, tinham acrescentado que "o atual nível de atividade não representava um risco direto para os visitantes".
Já a professora associada da Universidade de Auckland, Jan Lindsay, disse que o nível de alerta foi recentemente aumentado de 1 para 2. "Havia um nível elevado de agitação, e todos estavam cientes", declarou.
10 mil turistas ao ano
O vulcão da Ilha Branca, chamado pelos nativos maoris neozelandeses de Whakaari, atrai cerca de 10 mil turistas anualmente.
A formação rochosa fica constantemente envolta em uma nuvem de fumaça branca – o que originou seu nome, “Ilha Branca”. No local, é possível ver rochas amareladas cobertas de enxofre e um lago verde fosforescente de ácido sulfúrico.
A sua mais recente erupção, até então, tinha ocorrido em 2016, mas ele registrou diversas delas nas últimas cinco décadas.
Para chegar ao Whakaari é preciso ter dinheiro para bancar a viagem de helicóptero ou encarar algumas horas de barco.