ATUALIZADA ÀS 10h30
Kakay, advogado do presidente nacional do Progressistas, Ciro Nogueira, disse que a operação “Compensação”, mais uma vez, traz mais um espetáculo do que uma ação de Justiça.
Segundo ele, o que está sendo apreendido nesta ação da PF é o que foi recentemente restituído pelo Supremo Tribunal em virtude de outra operação que não resultou em Ação Penal. O Supremo rejeitou a denúncia,pois estava baseada somente na palavra de outro delator. O advogado dissse ainda que o espetáculo poderia ter sido evitado.
"Tal constrangimento poderia ser evitado com a simples intimação do Senador para prestar esclarecimento pois este sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário" , disse Kakay. (Por: Efrém Ribeiro)
ATUALIZADA ÀS 10h
“Não há razões que justifiquem”, diz nota de Ciro Nogueira sobre operação
Após a Polícia Federal deflagrar a operação “Compensação”, nas primeiras horas desta sexta-feira (22), para cumprir sete mandados de busca e apreensão em endereços de Ciro Nogueira, o senador que é presidente Nacional do Progressistas, divulgou nota afirmando que não vê razões que justifiquem a operação em sua residência e em empresas.
“Em relação às diligências realizadas pela Polícia Federal em endereços ligados a Ciro Nogueira, o senador afirma que não vê razões que justifiquem a ação, uma vez que sempre esteve à disposição para colaborar com as investigações”, diz a nota.
Polícia Federal faz buscas em endereços do senador Ciro Nogueira
A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta sexta-feira (22) uma operação decorrente de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) tendo como principal investigado o senador Ciro Nogueira (PP-PI). A operação, batizada de Compensação, foi autorizada pela ministra Rosa Weber, do STF. A PF investiga supostos crimes de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.
Cerca de 30 policiais federais cumpriram na manhã desta sexta 7 mandados de busca e apreensão nas cidades de Teresina (PI), Brasília (DF) e São Paulo (SP), além de intimações para fins de depoimentos dos envolvidos.
A investigação teve como origem os depoimentos prestados por colaboradores que afirmaram terem repassado cerca de R$ 43 milhões ao Progressistas (PP), em pagamentos em espécie e doações oficiais, por intermédio do citado senador, em troca de apoio político do partido na campanha eleitoral para a eleição presidencial de 2014.
A reportagem falou com o senador que disse que está à disposição da Justiça para esclarecer qualquer valor recebido pelo PP no período em que foi presidente da sigla.
Investigação
O inquérito foi aberto no STF em setembro do ano passado, por decisão do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato. O objetivo do inquérito é investigar o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, o ex-ministro e atual prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT); e os executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud.
Fachin atendeu a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que quer apurar o envolvimento dos quatro em crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
Conforme a PGR, o objetivo é investigar suposto pagamento de propina ao senador para que o partido apoiasse o PT em 2014, e em 2017, para que o PP não apoiasse o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Em 2014, segundo Joesley e Saud, o PP recebeu valores para integrar a coligação do PT nas eleições. O dinheiro teria sido repassado por meio de doações eleitorais oficiais ao PP, além de R$ 2,5 milhões em dinheiro, por meio de um supermercado do Piauí. O valor total repassado teria sido R$ 43 milhões. Quem aprovava os pedidos era o ministro Edinho Silva, segundo as delações.
Os citados
Na ocasião da abertura do inquérito, o atual prefeito de Araraquara e ex-coordenador financeiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva, afirmou que agiu dentro da legalidade e de forma ética. Ele afirmou, ainda, que o PP já fazia parte do governo Dilma, estando à frente de ministério, e que, portanto, tinha interesse lógico na reeleição da presidente.
O senador Ciro Nogueira reafirmou que as acusações contra ele são infundadas e absurdas, motivo pelos quais não se sustentam. Ele disse também que confia plenamente na Justiça para esclarecer os fatos e trazer à tona a verdade.
O empresário Joesley Batista afirmou, por meio de seu advogado, que a abertura de inquérito se deu com base em documentos apresentados pelos colaboradores em agosto de 2017, reforçando a eficácia da colaboração e a vigência do acordo. A defesa reiterou, com base em decisão judicial recente, que até decisão final do STF, o acordo de colaboração premiada está vigente.
O empresário Ricardo Saud não quis se manifestar na ocasião.