Polícia Federal quer ouvir dono de pizzaria sobre Enem

Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Polícia Federal disse que não falaria sobre o caso

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Apontado como intermediador do contato entre homens que supostamente tinham uma cópia da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2009 e uma repórter do jornal "O Estado de S. Paulo", o publicitário e dono de uma pizzaria na capital paulista, Luciano Rodrigues, de 39 anos, foi chamado pela Polícia Federal para prestar depoimento sobre o caso, segundo informou seu advogado, Luiz Vicente Bezinelli. O defensor disse que Rodrigues não tem envolvimento com o vazamento do exame.

De acordo com Bezinelli, Rodrigues recebeu um telefonema na quinta-feira (1º) da Polícia Federal determinando que ele fosse depor na próxima segunda-feira (5). Ele confirmou presença.

A tentativa de venda de uma cópia do exame fez com que o Ministério da Educação (MEC) cancelasse, na quinta-feira, a realização da prova marcada para sábado (3) e domingo (4).

Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Polícia Federal disse que não falaria sobre o caso nem quis confirmar se Rodrigues foi chamado para depor. A PF apenas confirma que o vazamento da prova está sendo investigado.

Clientes

O G1 esteve no início da tarde desta sexta-feira (2) na pizzaria, na Rua Pamplona, na região dos Jardins, área nobre de São Paulo, para falar com Rodrigues, mas a reportagem foi atendida pelo advogado, que disse ter orientado o cliente a não falar sobre o assunto e deixar a tarefa a cargo do defensor.

Bezinelli disse que o dono da pizzaria foi questionado por um grupo de três clientes do local se ele conhecia algum jornalista, pois eles queriam fazer uma denúncia grave sobre o Enem. De acordo com o advogado, os clientes se limitaram a dizer que era uma denúncia e não falaram que tinham a cópia da prova nem tampouco que queriam vender questões do exame.

O advogado disse que, como Rodrigues já trabalhou no departamento comercial de "O Estado de S. Paulo", deu aos clientes o telefone de uma jornalista da área de educação do jornal e também da redação da "Folha de S.Paulo".

Rodrigues chegou a telefonar para a reportagem dos dois jornais, segundo o advogado, para dizer que havia passado os telefones para que fosse feita uma denúncia sobre o Enem. No entanto, não acompanhou o contato deles com os repórteres, nem soube do encontro entre os rapazes e a jornalista de "O Estado de S. Paulo", de acordo com o relato do defensor.

"Ele só soube quando o escândalo saiu na imprensa", afirmou Bezinelli. Segundo ele, Rodrigues não tem ligação com escolas, cursinhos nem outras instituições da área de educação e também não tem filhos ou outros parentes que vão fazer a prova. "Ele nem sabia que haveria essa prova no fim de semana", garantiu o advogado.

O defensor contou que esses clientes que falaram sobre o Enem aparentam ter cerca de 25 anos e começaram a frequentar a pizzaria há algumas semanas. Rodrigues, segundo o advogado, provavelmente reconheceria os homens se os visse novamente.

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