O professor Silmar Madeira, de 31 anos, é um dos nove mortos na operação que tornou a praça de Itamonte (MG), no Sul de Minas, numa praça de guerra na madrugada de sábado (22) para domingo (23). Na cidade com 15 mil habitantes e apenas uma rua principal, cerca de 200 policiais civis e militares de São Paulo e Minas Gerais surpreenderam uma quadrilha de 20 assaltantes especializada na explosão de caixas eletrônicos no momento que eles tentavam atacar mais duas agências.
No meio de intensa troca de tiros, testemunhas disseram que Silmar Madeira foi rendido por um dos bandidos em fuga que tomou o carro dele e o levou como refém. Os dois foram mortos no confronto. A mãe do professor disse que na hora do tiroteio o filho tinha saído da casa da namorada e retornava para a cidade de Itanhandu onde morava, que fica a 15 quilômetros. Ele deixou duas filhas, uma de 6 anos e outra de 6 meses.
As policias de São Paulo e Minas Gerais agora vão investigar as circunstâncias da morte de Silmar. O corpo do professor foi sepultado na tarde de domingo.
Tiroteiro e mortes em Itamonte
Durante a madrugada de sábado, cerca de 200 policiais civis e militares renderam uma quadrilha que explodiu um banco e se preparava para explodir outros dois em Itamonte (MG). Ao todo, nove pessoas morreram e pelo menos cinco ficaram feridas, entre elas, cinco policiais civis.
Por volta das 2h os criminosos explodiram caixas eletrônicos do Banco Bradesco e, durante a ação, foram cercados pelos policiais, que já tinham informações sobre a possibilidade do assalto. A quadrilha já era investigada havia pelo menos três meses.
Enquanto uma parte do grupo explodiu a outra agência, os outros integrantes ficaram em uma praça onde têm dois bancos, só que antes de detonar a dinamite, eles foram surpreendidos pela polícia. Os assaltantes estavam divididos em sete carros e, de acordo com a assessoria do governo do estado, eles pretendiam também dominar o pelotão da Polícia Militar de Itamonte e atacar ainda caixas eletrônicos em Itanhandu (MG). Durante a ação em Itamonte, foram apreendidos fuzis, espingardas calibre 12, pistolas, dinamites, munições e coletes à prova de bala. A informação da polícia é de que a quadrilha seja formada por pelo menos 20 pessoas. Quatro delas foram presos.
Um homem de 26 anos foi preso pela Polícia Civil de Mogi das Cruzes (SP) em um condomínio de luxo na cidade de Arujá (SP). Com ele, foram apreendidos uma moto, veículos e dinheiro manchado com tinta vermelha, proveniente do sistema de segurança dos caixas eletrônicos. Outro homem suspeito de integrar a quadrilha foi preso em Pindamonhangaba (SP).
Entre os suspeitos mortos, oito eram de Mogi das Cruzes (SP) e um era de Itanhandu (MG). Três policiais civis foram atingidos por disparos feitos por fuzis. Eles foram socorridos em um helicóptero e levados para São Paulo (SP). Dois criminosos também ficaram feridos, foram internados e após receberem alta, foram levados para o Presídio de Pouso Alegre (MG). Já os corpos foram levados para os IML de São Lourenço (MG), Pouso Alegre (MG) e Itajubá(MG).
A Polícia Rodoviária Federal também apoiou a operação. Embora os policiais tenham cercado a cidade, alguns criminosos conseguiram fugir e, apesar das buscas feitas com helicópteros da Polícia Militar em matas próximas, não foram encontrados.