Polícia investiga se médicos usaram anestésico para matar pacientes

A médica chefe da UTI do hospital, Virgínia Helena Soares de Souza, foi uma das presas em Curitiba

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As autoridades que investigam médicos em Curitiba por suspeita de provocarem a morte de pacientes apuram se as vítimas morreram pela combinação do uso de anestésicos com a diminuição da quantidade de oxigênio nos respiradores artificiais. As denúncias que levaram à prisão de quatro médicos do Hospital Universitário Evangélico afirmam que eles davam aos pacientes o medicamento Pavulon, utilizado para relaxar os músculos e entubar em caso de obstrução da respiração, segundo o jornal Folha de S. Paulo. O anestésico, que paralisa os músculos, pode levar a uma parada respiratória se houver baixa ventilação dos pulmões.

Os advogados dos médicos presos negam as acusações e dizem que a Polícia Civil não tem provas da materialidade do crime. Um deles, Elias Mattar Assad, que representa Virgínia Soares de Souza, chefe da UTI, e outros dois profissionais presos, afirma que os medicamentos, para serem utilizados, precisam da prescrição de um médico, são controlados pela farmácia da instituição e registrados em prontuário. O diretor técnico do hospital, Luiz Felipe Natel Mendes, disse que o relaxante muscular Pavulon é pouco utilizado nos dias de hoje. Até agora, cinco pessoas foram presas por suspeita de envolvimento com o caso - além dos quatro médicos, uma enfermeira respondeu a um mandado de prisão emitido na sexta-feira e se apresentou à Justiça na segunda.

Justiça quebra sigilo sobre investigação de mortes em UTI

A Vara de Inquéritos Policiais de Curitiba determinou, na noite desta segunda-feira, a quebra do segredo de Justiça do inquérito que investiga a antecipação de óbitos na UTI geral do Hospital Evangélico de Curitiba.

Defendida por Elias Mattar Assad, advogado de Virgínia Soares de Souza, chefe da UTI, a quebra do sigilo foi pedida pela delegada que comanda a investigação, Patricia Brisola, por conta da repercussão que o caso atingiu, com a prisão de mais três médicos e uma enfermeira.

Com a quebra do sigilo, poderão ser informados quais os crimes cuja suspeita recai sobre a chefe da UTI, Virgínia Soares de Souza, bem como, quem são os seis pacientes cujos prontuários são investigados pela Polícia Civil.

A assessoria de imprensa da polícia Civil informou que, nesta terca-feira, após comunicar as famílias das possíveis vítimas cujas mortes estão sendo investigadas, concederá entrevista coletiva para esclarecer o caso.

Virgínia Soares de Souza, suspeita de provocar a morte de pacientes da UTI Geral, foi presa na última terça-feira. Outros três médicos foram presos no sábado pelo Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde (Nucrisa), da Polícia Civil. Além deles, uma enfermeira, que era procurada para o cumprimento de mandado de prisão, se apresentou nesta segunda-feira à polícia.

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