Policiais denunciados por matar jovem são investigados por morte de religioso

Um dos assaltantes morreu, outro foi ferido e preso e o terceiro conseguiu fugir, embora também ferido. Atingido por tiros na cabeça, no pescoço e em uma das mãos, o diácono morreu

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Os dois policiais militares do Rio de Janeiro envolvidos na morte da atendente de telemarketing Haíssa Vargas Motta, de 22 anos, ocorrida em agosto de 2014 em Nilópolis, na Baixada Fluminense, já haviam participado de outra perseguição com morte de inocente, cinco meses antes.


Em 13 de março, Joel Pereira de Carvalho, de 55 anos, diácono de uma igreja evangélica de Honório Gurgel, na zona norte do Rio, saiu de casa, em Guadalupe, na mesma região, às 6h10, dirigindo seu Corsa, quando foi rendido por três criminosos que entraram no veículo e ordenaram que ele seguisse conduzindo o carro.

Na Rua Matos Macedo, o veículo cruzou com a patrulha em que faziam ronda de rotina os policiais militares Márcio José Watterlor Alves e Delviro Moreira Ferreira. Segundo a versão contada à época pelos PMs, os criminosos começaram a atirar e os dois policiais revidaram.

Um dos assaltantes morreu, outro foi ferido e preso e o terceiro conseguiu fugir, embora também ferido. Atingido por tiros na cabeça, no pescoço e em uma das mãos, o diácono morreu.

O caso até hoje é investigado pela Polícia Civil, que desmembrou o episódio em dois inquéritos: um já identificou o criminoso que conseguiu fugir e outro tenta esclarecer de quais armas partiram os tiros que atingiram o diácono. Os PMs afirmam que esses disparos partiram dos criminosos. Para esclarecer o caso, deve ser realizada uma reconstituição.

Denunciados

Os PMs Márcio e Delviro foram denunciados nesta terça-feira (13) pelo Ministério Público do Rio por homicídio doloso duplamente qualificado (por motivo fútil e uso de recurso que dificulta ou impossibilita a defesa da vítima).

Em 2 de agosto do ano passado, por volta das 5h, Haíssa, três amigas e um amigo trafegavam pela avenida Roberto da Silveira, no bairro de Olinda, em Nilópolis, com um Hyundai HB20, quando foram perseguidos por uma viatura onde estavam os dois PMs. Márcio atirou na direção do veículo, atingindo as costas de Haíssa, que estava sentada no banco traseiro. Ela morreu.

Para o Ministério Público, Delviro contribuiu para o crime porque era o comandante da viatura e dirigia o veículo durante a perseguição. Além disso, o fuzil usado por Márcio estava sob cautela de Delviro. Os dois PMs foram afastados de suas funções pelo comando da corporação.

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