Um novo protesto que tomou as ruas de Hong Kong acabou em violência neste domingo (17). A polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, que revidaram com bombas de gasolina e flechas. Os confrontos explodiram durante a noite e continuaram pela manhã.
Um policial foi atingido na perna por uma flecha, informou a polícia em comunicado à Reuters. Ele estava consciente e foi enviado a um hospital.
Os ativistas bloquearam as entradas do campus da Universidade Politécnica de Hong Kong, em Kowloon, e também impediram o acesso a um túnel importante. Os protestos dos últimos dias paralisaram as principais universidades da região. Várias aconselharam, inclusive, seus alunos a deixar rapidamente o local e a voltar ao seu países.
No sábado (16), soldados chineses saíram por alguns minutos do quartel em Hong Kong para ajudar a limpar escombros e barricadas deixadas pelos manifestantes pró-democracia, confirmou o Exército Popular de Libertação (EPL). As saídas do exército chinês em Hong Kong são excepcionais, e os militares permanecem em um discreto segundo plano.
Violência
Autoridades confirmaram, na última sexta-feira (15), a 2ª morte registrada em uma semana após o agravamento da onda de violência durante as manifestações. Um homem de 70 anos, que trabalhava como faxineiro, morreu depois de ter sido atingido por um tijolo. Ele tentava, com outras pessoas, remover as pedras colocadas pelos manifestantes em um bloqueio de rua.
O anúncio da morte acontece uma semana depois de um estudante morrer após cair de um prédio, em uma área em que ocorriam tumultos entre ativistas e a polícia. As circunstâncias da morte não foram esclarecidas, mas ativistas responsabilizam agentes da polícia.
Na segunda-feira, um policial atirou à queima-roupa contra um manifestante de 21 anos, ferindo-o gravemente na barriga. O jovem está hospitalizado e seu estado de saúde apresenta melhora.
Os protestos antigovernamentais vêm ocorrendo há mais de cinco meses na região administrativa especial chinesa. Os manifestantes criticam, entre outras coisas, a crescente influência da China na antiga colônia britânica. Desde o retorno à China, em 1997, Hong Kong é governada de forma autônoma sobre o princípio "um país, dois sistemas".
Os manifestantes pedem eleições livres, uma investigação independente da violência policial, além de liberdade para os mais de 4 mil presos. Entre as reivindicações está também a renúncia da chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, que acusada de ser pró-China.