O cabo da reserva da Polícia Militar José Maria da Silva Noronha se apresentou neste sábado (25) à Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil, em Belém. Ele é o sexto preso por suspeita de envolvimento na chacina que matou 11 pessoas no último domingo (19), no bairro do Guamá. Segundo a polícia, o cabo Noronha estava com mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.
Na sexta-feira (24), a polícia prendeu o cabo Wellington Almeida Oliveira. No mesmo dia, o cabo Pedro Josimar Nogueira da Silva também se entregou. Duas pessoas continuam foragidas: o cabo Leonardo Fernandes de Lima e o suspeito conhecido apenas como Diel.
A Secretaria de Segurança Pública (Segup) informou que há duas linhas de investigação e que em dez dias o inquérito deve ser concluído. Não foi informado o que poderia ter motivado o crime. Ainda segundo a Segup, a prisão dos foragidos deve ser fundamental para saber quem participou, diretamente ou não, da chacina.
A polícia já sabe que o grupo é suspeito de praticar outros crimes na Região Metropolitana de Belém, mas ainda não está claro qual o envolvimento de cada um. É possível que mais pessoas estejam envolvidas no crime.
“Nem todos tiveram participação na ação, mas na logística, no planejamento. Porém, todos tiveram alguma relação com o crime”, explicou o secretário de segurança do Pará Uálame Machado.
Veja quem são os suspeitos de envolvimento na Chacina do Guamá
Cabo José Maria da Silva Noronha (Preso)
Cabo Pedro Josimar Nogueira da Silva (Preso)
Cabo Wellington Almeida Oliveira (Preso)
Edivaldo dos Santos Santana (Preso)
Aguinaldo Torres Pinto (Preso)
Jaysson Costa Serra (Preso)
Cabo Leonardo Fernandes de Lima (Foragido)
“Diel” (Foragido)
Investigação
O delegado geral da Polícia Civil, Alberto Teixeira, informou que mais de 30 pessoas foram ouvidas até agora no inquérito.
"Trabalhamos após o crime, somos a polícia judiciária. É um quebra-cabeças que está sendo montado com vários depoimentos, várias técnicas de investigação que nos permitem chegar sem sombra de dúvidas aos autores deste crime", afirmou. "É uma questão de tempo até chegar nos autores imediatos, que praticaram o fato".
Entre os suspeitos de envolvimento no crime estão Edivaldo dos Santos Santana e Aguinaldo Torres Pinto. Eles foram flagrados desmontando um carro que teria sido usado na chegada e fuga dos criminosos no dia da Chacina. Edivaldo trabalhava como porteiro em uma escola pública de Belém e negou envolvimento com o crime.
Sobre a prisão do dono de uma padaria na quinta-feira (23), o delegado geral da Polícia Civil explicou que Jaysson Costa Serra foi preso por porte ilegal de arma, mas que ele é suspeito de ter relação com a chacina do Guamá porque os executores do crime teriam se reunido na padaria antes de ir até a Passagem Jambu.
Durante a revista, foi encontrada com ele uma pistola .380. "Ele foi preso em flagrante porque tinha o registro e não o porte para utilização [da arma]. [No local do crime] a perícia apreendeu estojos de pistola, então vamos fazer a comparação balística para ver se efetivamente essa arma fora usada no crime”, detalhou Alberto Teixeira.
Contrariando informações que chegaram a ser divulgadas no dia do crime, o Comandante Geral da Polícia Militar, Dilson Júnior, negou que o local do crime fosse conhecido como ponto de venda de drogas.