A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu manter a poliomielite como uma emergência em saúde pública de importância internacional, após a mudança no status da covid-19 e da varíola dos macacos (mpox). O comitê responsável pela decisão, que também declarou o fim da emergência para as outras duas doenças, chegou a um consenso unânime em manter o mais alto status da OMS para a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil.
“O comitê unanimemente concordou que o risco de disseminação internacional do poliovírus permanece como emergência em saúde pública de importância internacional e orientou para a extensão das recomendações temporárias por mais três meses”, destacou o relatório da OMS, que considerou, entre outros fatores, a transmissão em curso da pólio no leste do Afeganistão com propagação além da fronteira com o Paquistão.
A OMS tomou a decisão de manter a poliomielite como uma emergência em saúde pública de importância internacional após avaliar diversos fatores. Ainda há inúmeras crianças sem imunização no sul do Afeganistão, e o poliovírus selvagem foi importado do Paquistão para o Malawi e Moçambique. Além disso, a cobertura vacinal abaixo do ideal no sudeste da África, incluindo países como Malawi, Moçambique, Zâmbia e Zimbábue, indica uma possível insuficiência de imunidade populacional para interromper a transmissão. Todos esses fatores foram considerados pelo comitê da OMS, que decidiu manter a pólio como uma emergência de saúde pública de importância internacional.
A poliomielite é uma doença que afeta principalmente crianças com menos de cinco anos de idade, segundo dados divulgados pela OMS. A cada 200 infecções, uma leva a uma paralisia irreversível, normalmente nas pernas. Entre as pessoas afetadas, 5% a 10% morrem por causa da paralisia dos músculos respiratórios.
Apesar dos riscos associados à doença, houve uma queda significativa no número de casos de poliomielite nos últimos anos. Em 1988, foram estimados 350 mil casos, enquanto em 2021 foram reportados apenas seis casos, o que representa uma diminuição superior a 99%.
“Enquanto houver uma criança infectada, crianças de todos os países correm o risco de contrair a poliomielite. Se a doença não for erradicada, podem ocorrer até 200 mil novos casos no mundo, a cada ano, dentro do período de uma década", estima a OMS.
O Brasil conquistou o certificado de eliminação da poliomielite em 1994, mas ainda corre o risco de registrar casos importados da doença e voltar a ter a circulação do vírus em território nacional, enquanto a doença não for erradicada globalmente.
(Com informações da Agência Brasil)