Depois de mais de um mês que foi deflagrada a greve geral dos trabalhadores dos Correios no Piauí, a categoria continua de braços cruzados. Isso tem resultado no atraso da entrega das correspondências em todo o Estado. Há casos de pessoas que ainda não receberam nem as faturas do mês passado.
A cabeleireira Francisca Jane Oliveira afirma que no mês de fevereiro o pagamento de algumas de suas contas foi feito com atraso, porque elas não chegaram no dia, em sua residência. ?Eu não sabia da greve, só senti falta das minhas faturas chegando no dia correto, depois fiquei sabendo da paralisação. Este mês, algumas ainda não chegaram.
Espero que não atrase muito, senão vou ter que buscar outra forma de pagar?, afirmou. Para tentar suprir esse problema e minimizar os atrasos, a assessoria de Imprensa dos Correios informou que estão sendo realizados mutirões, nos finais de semana. Isso ajuda na entrega de muitas das correspondências paradas.
Os trabalhadores estão em greve protestando contra o que eles chamam de privatização do plano de saúde oferecido pela empresa. Os líderes sindicais da categoria explicam que há 25 anos o plano Correios Saúde é gerido pelos Correios, mas essa gestão irá passar para uma empresa privada. Com isso, segundo ele, as formas de pagamento sofrerão alteração e passarão a onerar os trabalhadores da empresa.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do Piauí, José Rodrigues, explica que até agora não houve nenhuma negociação e que a greve continua. ?Os Correios não se dispõem a negociar conosco e vamos continuar parados. Enquanto isso, as correspondências estão todas atrasadas?, afirmou.