Na luta contra às opressões, as feministas de Teresina reuniram na tarde de ontem homens e mulheres para batucar em prol da consolidação de direitos e para combater a violência contra mulher.
Com latas, pandeiros, palavras de ordem e cartazes elas mobilizaram a população teresinense no passeio da Frei Serafim em torno da causa. No roteiro, os manifestantes passaram por um trecho da Frei Serafim em direção às ruas do centro, passando pela Delegacia da Mulher e encerrando a batucada na Praça da Liberdade com uma cultural feminista.
Uma das organizadoras do evento, Yara Silva, destaca que a batucada é uma maneira de chamar atenção do descaso governamental no que se refere à violência contra mulher. Ela reivindica melhor estrutura na Delegacia da Mulher. Segundo Yara, a delegacia encontra-se sucateada e as vítimas não têm apoio psicológico.
Também à frente da organização do evento, Stacy Nagoya explica que a batucada também é uma homenagem às mulheres pelo 08 de março. ?A batucada feminista veio com essa ideia que o dia 8 foi feito para se lutar, para lembrar daquelas 129 operárias que foram mortas na fábrica de tecido por fazer greve para diminuir a carga horária de trabalho; por entender que nos tratam com rosas e amor só dia 8, mas nos outros 364 dias do ano somos violentadas, assassinadas e agredidas pela mídia machista?, afirma.
Presente na marcha, a coordenadora do grupo Matizes, Carmen Ribeiro destaca a importância do evento. ?Enfrentamos o preconceito de ser mulher, de ser lésbica e ser negra. Parece que as pessoas dividem: mulher é uma coisa, lésbica é outra. E isso dói?, observa Carmen.
Homens também estavam presentes para dar apoio às mulheres no combate à violência. José Orlando ressaltou que esta é uma luta por igualdade e por isso todos devem participar independente do sexos. ?É importante a participação masculina, pois eles são os principais opressores?, afirma.
André Café considera também que os homens devem se envolver nesta causa. ?Quando uma mulher avança nenhum homem retrocede. Por isso o homem tem que estar dando apoio a esta luta, não dando linha, mas ombro a ombro?, frisa.