O prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro, admitiu que o município não tem capacidade para enfrentar os problemas causados pelo acúmulo de água. Nos primeiros 16 dias do mês, choveu 543,6 milímetros (média dos oito postos de medição da Defesa Civil na cidade), quando o esperado para todo o mês seriam 326,2 milímetros. "Precisamos da ajuda dos governos federal e estadual, com a doação de materiais, recursos humanos e financeiros", disse, lembrando que pediu ao Ministério da Integração Nacional R$ 250 milhões para investimentos em obras de infraestrutura.
Na tarde de hoje, a administração municipal emitiu um comunicado conclamando "toda a sociedade civil, iniciativa privada e terceiro setor a colaborar com a doação de alimentos não perecíveis, colchões, travesseiros, cobertores, lençóis, roupas e outros utensílios para atendimento das pessoas carentes desabrigadas por força das chuvas".
Mesmo com a trégua das chuvas na Bahia, mais quatro cidades decretaram hoje situação de emergência. No total, são 31, incluindo Salvador. O motivo é a água acumulada no solo, que continua causando deslizamentos e desabamentos de imóveis. A Defesa Civil de Salvador, por exemplo, registrou entre a meia-noite e o fim da tarde de hoje, 360 ocorrências, das quais 157 deslizamentos de terra e 18 desabamentos parciais ou totais de imóveis.
Segundo a Defesa Civil do Estado, Salvador é a cidade com mais prejuízos por causa da chuva: duas crianças morreram, 28 pessoas ficaram feridas e há 534 desalojados e 215 desabrigados. No Estado, o número de mortos chega a cinco, o de feridos a 379 e são 7.454 desalojados e 3.249 desabrigados.
Apesar dos estragos depois de nove dias seguidos de chuva, o sol voltou a aparecer, na tarde de hoje, sobre Salvador e o Recôncavo Baiano. Os estragos causados pelas intensas precipitações, porém, preocupam - ainda mais com a perspectiva de novas pancadas de chuva, previstas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).