Um menino de um ano e quatro meses precisou de atendimento médico em Bertioga, no litoral de São Paulo, após ingerir o ovo de chocolate impróprio para consumo entregue pela prefeitura da cidade. A distribuição, na véspera da Páscoa, ocorreu para cerca de 5 mil alunos da rede pública de ensino, sendo que várias unidades estavam mofadas e com larvas.
Os ovos foram doados ao Fundo Social de Solidariedade. Alguns apresentavam bolor e mau cheiro, além de larvas vivas na embalagem e no doce. A maioria dos casos relatados ocorreu com os produtos entregues na Escola Municipal Professor Delphino Stockler de Lima, na Vila Itapanhau.
"Meu filho mais velho, de oito anos, ganhou o ovo na escola e o trouxe para casa. Ele sentou ao lado do irmão menor e os dois comeram juntos. O chocolate já estava quebrado, por isso não reparei o mofo ou qualquer outra situação estranha como todo mundo viu", conta a autônoma Karina Gomes, de 27 anos.
Naquela noite, o menino mais novo começou a apresentar manchas pelo corpo. A princípio, Karina não viu gravidade, nem ligação com o chocolate estragado. "Na manhã seguinte ele acordou todo empipocado. Eu tive que ir correndo para o hospital, onde o menino ficou o dia em observação tomando soro".
Ela disse que o médico fez a relação da reação alérgica à ingestão do ovo de Páscoa. "Ele receitou um antialérgico, disse que havia ligação com o chocolate estragado e me mandou reclamar na escola". O filho mais velho de Karina, segundo ela, não apresentou qualquer sintoma.
A Prefeitura confirmou o atendimento e disse que esse foi o único caso na cidade a apresentar processo alérgico em razão da ingestão do chocolate estragado. "A família não informou, no momento do atendimento, a possibilidade do paciente ter intolerância à lactose", pontuou a Administração Municipal, em nota.
Ainda no fim de semana, a presidente do Fundo Social de Solidariedade, Vanessa Matheus, que pediu desculpas pelo ocorrido na internet, iniciou a troca dos ovos estragados. Inicialmente, ao menos 10 crianças receberam os produtos e as trocas foram feitas, ainda segundo a Prefeitura.
O Departamento Jurídico de Bertioga afirma já ter identificado o lote e a marca com o problema. "Depois disso, o Jurídico, com os laudos e informações técnicas, irá tomar as providências". A Administração Municipal não informou quem foi o doador dos produtos que estavam impróprios para consumo.