A presença constante de urubus no Mercado do Peixe, zona Leste da capital, tem afugentado os clientes que frequentam o local. Atraídos pela carniça e fedentina, os bichos se aglomeram nos arredores do mercado e criam mal estar entre os clientes, que associam a presença do bicho à falta de higiene do local.
Ciente do caso, a Superintendência de Desenvolvimento Urbano Leste (SDU/Leste) realizou uma capacitação com os vendedores do local, mas até o momento a ação não surtiu efeito positivo.
Quem frequenta o Mercado do Peixe esporadicamente se queixa da presença de urubus. “Moro na zona Sul e venho ao mercado sempre que possível, e toda vez tem esse cheiro de carniça pairando no ar.
As dependências do local estão limpas, mas antes mesmo de descer do carro a gente vê urubus lutando por pedaços de carne, chorume perto das lixeiras e isso causa um tremendo mal estar. Fico com medo desse cheiro passar para a comida”, denuncia o aposentado Francisco Rebelo Soares.
A limpeza do ambiente não é o problema. O gerente de serviços urbanos da SDU/Leste, Marcos Almeida, informa que a limpeza de lixeiras e manutenção do ambiente é feita diariamente, mas os urubus se deslocam ao local porque os permissionários do mercado têm o hábito de jogar os restos de animais no chão e nas proximidades das lixeiras. A carne em decomposição atrai as aves, que sobrevoam as dependências do mercado.
A SDU/Leste já havia recebido reclamações e, para prevenir incidentes desastrosos e prezar pela higiene do local, realizou campanhas preventivas com os permissionários e distribuiu panfletos educativos para todos eles.
“Já fizemos várias reuniões com eles explicando a necessidade de não alimentar os animais e entregamos até folders que explicam os riscos sanitários que essa prática representa. Mas pelo visto não serviu de nada para eles”, indica o gerente.
Entretanto, nem todos estão insatisfeitos. A feirante Lucilene Moura reconhece a importância dos bichos para o ciclo da vida e não se incomoda se eles estão lá buscando alimento.
“A gente acha ruim quando eles entram no mercado, mas a gente não pode lutar contra a natureza. A gente não pode tirar os bichinhos daqui porque senão quem vai limpar os restos de carne que jogam aqui? Os clientes, às vezes, acham ruim e reclamam dos bichos, mas a gente não pode fazer nada”, pontua.
Fotos: Moises Saba