Presidente da Vale diz que barragem que rompeu não era usada há 3 anos: 'Uma tragédia humana'

Cerca de 150 pessoas estão desaparecidas em Brumadinho

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O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse que a barragem que se rompeu em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, estava inativa e sem receber rejeitos há três anos. O acidente foi no início da tarde desta sexta-feira (25) e, segundo o Corpo de Bombeiros, cinco feridos foram hospitalizados, e cerca de 150 pessoas estão desaparecidas.

Uma segunda barragem transbordou após o rompimento da barragem 1. Segundo o presidente da Vale, vazaram 12 milhões de metros cúbicos. "É também importante que a gente saiba que essa é uma barragem inativa. Não estava recebendo rejeitos de mineração", disse.

Ao comparar com a tragédia de Mariana, há três anos, considerada o maior desastre ambiental do país, ele disse considerar que, desta vez, o número de vítimas deve ser maior.

Moisés Silva 

"Dessa vez é uma tragédia humana. Porque estamos falando de uma quantidade grande de vítimas. Possivelmente, o dano ambiental é menor. "

Schvartsman declarou havia recebido relatórios da "estabilidade" da mina. "Daí a nossa surpresa, nosso desalento", explicou.

O presidente da companhia contou que havia cerca de 300 funcionários no local do rompimento da barragem e 100 foram encontrados com vida. A maior parte dos trabalhadores estava no restaurante da Vale.

Moisés Silva 

"A maioria dos atingidos é de nossos próprios funcionários. No momento do acidente, tínhamos aproximadamente 300 funcionários no local. Nós não sabemos quantos estão soterrados", disse Schvartsman, em entrevista coletiva. "Aproximadamente 100 já apareceram".

O que se sabe até agora

-Rompimento ocorreu no início da tarde na Mina do Feijão, da Vale, em Brumadinho;

-Mar de lama destruiu casas;

-Havia empregados da Vale no local atingido pelo rompimento;

-Quatro vítimas com ferimentos foram resgatadas por helicóptero;

-O Corpo de Bombeiros diz que há cerca de 200 pessoas desaparecidas;

-Corpo de Bombeiros e Defesa Civil estão no local; helicópteros resgatam pessoas ilhadas em diversos pontos;

-Ao menos seis prefeituras emitiram alerta para que população se mantenha longe do leito do Rio Paraopeba, pois o nível pode subir. Às 15h50, os rejeitos atingiram o rio;

-Rodovia estadual que leva a Brumadinho está fechada;

-Governo montou gabinete de crise, e 3 ministros estão a caminho; Bolsonaro também quer ir ao local.

-Por precaução, o Instituto Inhotim retirou funcionários e visitantes do local.

Moisés Silva 

Íntegra da nota da Vale:

"A Vale informa que, no início desta tarde, ocorreu o rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, em Brumadinho (MG). A companhia lamenta profundamente o acidente e está empenhando todos os esforços no socorro e apoio aos atingidos.

Havia empregados na área administrativa, que foi atingida pelos rejeitos, indicando a possibilidade, ainda não confirmada, de vítimas. Parte da comunidade da Vila Ferteco também foi atingida.

O resgate e os atendimentos aos feridos estão sendo realizados no local pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil. Ainda não há confirmação sobre a causa do acidente.

A prioridade máxima da empresa, neste momento, é apoiar nos resgates para ajudar a preservar e proteger a vida de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais.

A Vale continuará fornecendo informações assim que confirmadas."

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