Os presídios do Piauí estão 98,9% acima de sua capacidade segundo revelam dados do Monitor da Violência com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Ao todo são 4.811 detentos em todos os regimes, sendo que 4.753 presos estão ocupando vagas no sistema prisional, que conta apenas com 2.390 vagas.
Em comparação, outros estados do Nordeste registram situação pior como Pernambuco que estão com superlotação nos presídios de 178,6% com 32,781 presos para apenas 11.767 vagas e o Ceará com 124,7% que tem 29,142 presos para 12.972 vagas. Alagoas tem 91,4%, Sergipe 76,9%, Paraíba 70% e Rio Grande do Norte com 53,0%.
Os menores índices de superlotação estão registados nos Estados da Bahia com 29,5% e do Maranhão, com 31,7%.
Mais um agravante no Piauí é que o número de presos provisórios ainda é alto, 53% são ocupadas por pessoas acusadas de um crime, mas que não foram julgadas nas suas diferentes instâncias de poder (Executivo, Legislativo e Judiciário), ao todo são um total de 2.517 presos provisórios nos presídios piauienses.
No ano passado, a superlotação no Piauí chegava a 71,8%, com 4.486 presos para 2.611 vagas. Segundo aponta o Monitor da Violência, sem novas vagas, os presídios em todo país voltaram a registrar um crescimento da população carcerária e isso reflete nas falhas do sistema, sobretudo o da ressocialização dos presos. Segundo o Ministério da Justiça, 56.641 novas vagas em unidades prisionais estão em construção no país.
População carcerária
Atualmente, são 708,5 mil presos nas penitenciárias de todo o Brasil e isso torna o Brasil na 3º nação com maior número de presos, atrás apenas de países como os EUA e da China. Outro dado da amostragem é que a maioria dos presos no país tem escolaridade baixa, de acordo com o último levantamento do Departamento Penitenciário Nacional (Infopen 2016), 51% não possuíam o ensino fundamental completo, são negros e pobres.
Dentre a população encarcerada brasileira, apenas 18,9% dos presos trabalham, no Piauí só 820 deles tem emprego e 12,6% deles estudam. Os pesquisadores alertam que, sem oportunidade para os custodiados, eles voltam a praticar os crimes.