Preso que teria ouvido confissão de Bola é recapturado após fuga

Ele foi ouvido pela polícia em 2011 em acareação sobre o caso Eliza

Jailson de Oliveira e Marcos Aparecido dos Santos durante acareação em Belo Horizonte, em 2011 | Pedro Triginelli/G1
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

O detento Jaílson Alves de Oliveira, que denunciou à Justiça ter ouvido a confissão de um dos réus no caso Eliza Samudio, foi recapturado na noite desta terça-feira (17) na Região do Vale do Rio Doce, após fugir de uma unidade prisional em Belo Horizonte. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Seds) não informou as circunstâncias da fuga, mas disse que um procedimento de apuração foi aberto.

Oliveira foi ouvido pela Polícia Civil no fim do ano passado e disse que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, afirmou ter matado a ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, queimado o corpo e jogado em uma lagoa. À época, houve uma acareação, e as declarações foram negadas por Bola e pelo defensor dele.

Ainda segundo Oliveira, Bola tinha um plano para matar cinco pessoas envolvidas nas investigação e no processo judicial sobre a morte da ex-namorado do goleiro Bruno Fernandes. Os alvos seriam o delegado Edson Moreira, que presidiu o inquérito; a juíza do processo, Marixa Fabiane Rodrigues; o deputado Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas Gerais; o advogado Ércio Quaresma, que já defendeu o goleiro Bruno no processo; e José Arteiro Cavalcanti, que representa a família de Eliza.

De acordo com a Polícia Civil, Oliveira denunciou à Justiça que escutou uma conversa do ex-policial quando estavam na mesma unidade prisional, e o Departamento de Operações Especiais (Deoesp) foi designado para apurar o caso. O suposto esquema revelado envolvia também o goleiro Bruno e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, réus no caso Eliza. Eles negaram envolvimento.

De acordo com a Seds, o detento conseguiu fugir nesta terça-feira (17) do Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) São Cristovão, em Belo Horizonte. A unidade instaurou um procedimento interno para apurar como ocorreu a fuga. Oliveira foi encontrado em São João Evangelista, perto de Guanhães, durante a noite. A Polícia Civil informou que ele foi parado em uma blitz rodoviária, quando estava de moto, e apresentou nome falso antes de reconhecer que era foragido. Aos militares que efeturam a captura, o preso disse que escapou quando trabalhava como pedreiro na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Belo Horizonte. Ele vai ser transferido para a Penitenciária Nelson Hungria, na Região Metropolitana.

Bola vai a júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver referente ao processo sobre Eliza. Já Oliveira está detido por acusação de latrocínio.

Caso Eliza Samudio

O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado. Em fevereiro de 2010, a jovem deu à luz um menino e alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe de Eliza, em Mato Grosso do Sul.

O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão ? conhecido como Macarrão ?, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Dayanne, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES