Primeira mulher a chefiar a PGR, Raquel Dodge toma posse em BSB

Nova procuradora-geral substitui Janot, que deixa cargo após 4 anos

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Primeira mulher a comandar a Procuradoria Geral da República, Raquel Dodge tomou posse na manhã desta segunda-feira (18), em Brasília como nova responsável pela chefia do Ministério Público Federal. A nova procuradora-geral comandará o MPF por dois anos. Ela substituirá Rodrigo Janot, que estava no cargo desde setembro de 2013.

Em sua fala de oito minutos, a nova chefe do Ministério Público prometeu "defender a democracia, zelar pelo bem comum e meio ambiente e garantir que ninguém esteja acima da lei e ninguém abaixo da lei".

A cerimônia de posse contou com a presença de familiares de Raquel Dodge, integrantes do Ministério Público, magistrados e políticos, entre os quais o presidente Michel Temer. A solenidade de posse da nova procuradora-geral da República, realizada no auditório da sede da Procuradoria Geral da República (PGR), teve início às 8h12.

Após a execução do Hino Nacional, Michel Temer assinou o termo de posse de Raquel Dodge. Na sequência, ela assinou o livro e fez seu primeiro discurso como procuradora-geral da República.  "Estou ciente da enorme e tarefa que está diante de nós e da legítima expectativa a que seja cumprida com firmeza, equilíbrio e coragem", disse.

Subprocuradora-geral, Raquel Dodge foi indicada para a PGR por Temer, em junho. Ela foi a segunda mais votada na eleição da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), ficando atrás de Nicolao Dino, candidato apoiado por Janot, o que pesou na decisão do Palácio do Planalto.

Após a cerimônia na PGR, Temer segue para Nova York, onde participará de um jantar oferecido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na terça (19), Temer fará o discurso de abertura Assembleia Geral das Nações Unidas.

A troca de comando no MPF se dá menos de uma semana depois de Janot apresentar mais uma denúncia contra Temer ao STF. Na quinta-feira (14), às vésperas do fim do mandato, o procurador-geral denunciou o presidente pelos crimes de obstrução de Justiça e organização criminosa.

Se a acusação avançar no STF, mediante autorização da Câmara dos Deputados, o futuro do caso ficará sob responsabilidade de Raquel Dodge.

Ela assume a Procuradoria Geral com a missão de garantir a continuidade da Operação Lava Jato, que investigou mais de 100 políticos na gestão de Janot e denunciou caciques de partidos como PMDB, PT, PSDB e PP, entre outros.

Perfil

Nascida em Morrinhos (GO), Raquel Elias Ferreira Dodge tem 56 anos e desde 1987 atua no MPF. Formada em Direito pela Universidade de Brasília, fez mestrado em Harvard e tem trabalhos acadêmicos na área de direitos humanos.

Ao longo da carreira, destacou-se em casos de combate à corrupção e ao crime organizado. Também atuou em questões de comunidades indígenas. É conhecida entre os colegas pelo perfil reservado, rígido e técnico.

Uma das investigações de maior relevância da carreira de Raquel foi a Operação Caixa de Pandora, deflagrada em 2009 para apurar um esquema no Distrito Federal que ficou conhecido por mensalão do DEM.

À época, Raquel Dodge teve participação decisiva na prisão do então governador, José Roberto Arruda (DEM-DF).

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